Celebração da Vigília Pascal | Vatican News |
A Vigília Pascal foi presidida pelo Cardeal Giovanni
Battista Re e o Papa leu a homilia. A Missa foi precedida pelo sugestivo rito
da bênção do fogo no Átrio da Basílica e pela posterior procissão ao som de
"Lumen Christi". Sete catecúmenos de diferentes nacionalidades
(italiana, estadunidense, cubana, albanesa) receberam o batismo. Ao final da
homilia, Francisco disse em ucraniano: "Cristo ressuscitou"
Bianca Fraccalvieri – Vatican
News
As sombras e luzes que marcam
a missa da vigília pascal, com a bênção do fogo e acensão do círio, se
refletiram também na homilia pronunciada pelo Papa Francisco na Basílica de São
Pedro, que logo começou com uma referência aos conflitos em andamento.
“As noites de guerra são
atravessadas por rastos luminosos de morte. Nesta noite, irmãos e irmãs,
deixemo-nos guiar pelas mulheres do Evangelho, para descobrir com elas a aurora
da luz de Deus que brilha nas trevas do mundo”, disse o Papa.
Francisco propôs três ações
das mulheres que, por primeiro, testemunharam a Páscoa do Senhor: ver, escutar
e anunciar.
No cemitério, as mulheres não
veem o corpo de Jesus. Ou seja, a Páscoa começa invertendo os nossos esquemas,
disse o Papa. Por isso, não é fácil acolhê-la. Chega com o dom duma esperança
surpreendente, que às vezes não encontra espaço no nosso coração.
“E assim permanecemos imóveis
diante do túmulo da resignação e do fatalismo; sepultamos a alegria de viver.
Mas, nesta noite, o Senhor quer dar-nos olhos diferentes, iluminados pela
esperança de que o medo, o sofrimento e a morte não terão a última palavra
sobre nós.”
O risco de um
"cristianismo sem Páscoa
Em segundo lugar, as
mulheres escutam de dois homens em trajes resplandecentes: «Porque
buscais o Vivente entre os mortos? Não está aqui; ressuscitou!» (24, 5-6).
Para o Pontífice, faz bem
ouvir e repetir estas palavras toda vez que O procurarmos nas emoções
passageiras ou nos momentos de necessidade, quando O confinamos em fórmulas e
tradições, mas não O procuramos em quem chora, luta, sofre e espera.
“Não podemos fazer Páscoa, se
continuamos a morar na morte”, disse ainda o Papa.
“Um cristianismo que busca o Senhor entre as ruínas do
passado e O encerra no túmulo da rotina é um cristianismo sem Páscoa.”
Façamos Páscoa
com Cristo!
Por fim as mulheres
anunciam a alegria da Ressurreição.
“Como é bela uma Igreja que
corre, assim, pelas estradas do mundo! Sem medo, sem táticas nem oportunismos;
só com o desejo de levar a todos a alegria do Evangelho. A isto, somos
chamados: a fazer experiência do Ressuscitado e partilhá-la com os outros.”
A missão dos fiéis é levar
Jesus para a vida de todos os dias, a realizar gestos de paz neste tempo
marcado pelos horrores da guerra; a realizar ações de justiça no meio das
desigualdades e de verdade no meio das mentiras.
“Irmãos e irmãs, a nossa esperança
chama-se Jesus. (...) Façamos Páscoa com Cristo! Ele está vivo e ainda hoje
passa, transforma e liberta. Com Ele, o mal já não tem poder, o fracasso não
pode impedir-nos de recomeçar, a morte torna-se passagem para o início duma
nova vida. Porque com Jesus, o Ressuscitado, nenhuma noite é infinita; e mesmo
na escuridão mais densa, brilha a estrela da manhã.”
Celebração da Vigília Pascal | Vatican News |
Христос
воскрес!, Cristo ressuscitou
Ao final da homilia, o Papa se
dirigiu ao prefeito de Melitopol, Ivan Fedorov, presente na Basílica na
companhia de parlamentares ucranianos, que já havia encontrado antes da
celebração: "Nesta escuridão que vivem, senhor prefeito e senhores
parlamentares, o breu obscuro da guerra e da crueldade, todos nós rezamos com
vocês nesta noite, rezamos pelos muitos sofrimentos. Nós podemos só oferecer a
nossa companhia, a nossa oração e dizer-lhes: coragem, os acompanhamos. Podemos
também dizer-lhes a maior coisa que hoje se celebra: Христос воскрес!
(Cristo ressuscitou).
Celebração da Vigília Pascal | Vatican News |
A celebração prosseguiu com o rito do batismo de sete
catecúmenos.
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