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O arcebispo inglês dom Paul Gallagher visita refugiados e declara preocupação com risco de diminuição da ajuda humanitária.
O arcebispo inglês dom Paul Richard Gallagher, secretário vaticano para as Relações com os Estados, está em visita oficial à Ucrânia, de onde afirmou que “ver a guerra na tv é uma coisa; tocar esta realidade é outra”.
Dom Paul viajou até Cracóvia, na Polônia, e de lá foi de ônibus até Lviv, no oeste da Ucrânia, onde encontrou o arcebispo metropolita latino Mieczysław Mokrzycki e o arcebispo metropolitano católico grego Ihor Woźniak, além de autoridades civis.
Encontros com refugiados acolhidos pela Igreja
Em seguida, visitou a igreja de São João Paulo II, paróquia que mais recebeu refugiados desde o início do conflito e que ainda abriga cerca de 200 cidadãos deixados sem casa na Ucrânia em guerra.
“Pude testemunhar um pouco do seu sofrimento e testemunhei e senti a coragem do povo ucraniano”, afirmou dom Paul, acrescentando que o Papa Francisco está “totalmente ciente de todas as coisas terríveis que aconteceram na Ucrânia nos últimos dois meses” e agradece a todos “os que acolheram os refugiados que vieram até Lviv, bem como a solidariedade demonstrada nesta paróquia em particular”.
Depois de conversar com os refugiados acolhidos na paróquia, o enviado vaticano visitou ainda um mosteiro beneditino feminino que também já acolheu centenas de refugiados e que, no momento, abriga cerca de 200 famílias. A superiora do mosteiro, irmã Bernardeta, declarou que a visita de dom Paul “é importante para as pessoas que estão passando pela guerra” porque “a presença do representante do Papa traz uma palavra de encorajamento e uma afirmação de proximidade”, além de transmitir “uma grande esperança de estarmos juntos”. Isso “torna a nossa oração mais forte, porque o Santo Padre e o mundo inteiro também rezando por nós”.
Também ali o arcebispo conversou com refugiados e lhes transmitiu a solidariedade e oração do Papa Francisco.
“Grande sofrimento apesar da força de espírito”
Sobre esta visita, dom Paul afirmou ao Vatican News:
“Fiquei muito satisfeito em ver como a Igreja respondeu a esta tremenda crise humanitária. É uma Igreja que se identifica completamente com o seu povo e tenta responder às necessidades para ajudar a todos, não só católicos, mas também os membros de outras religiões”.
Falando sobre o “trauma que o país está vivendo” e o “grande sofrimento sentido entre as pessoas que estão angustiadas apesar da força de espírito”, o arcebispo declarou sobre a trágica situação da Ucrânia em guerra:
“Ver a guerra na televisão é uma coisa; tocar esta realidade é outra”.
Dom Paul Gallagher reafirmou que o Papa e a Santa Sé “estão dispostos a fazer todo o possível” pela paz:
“A Santa Sé continua a sua atividade diplomática mediante contatos com as autoridades ucranianas, e, através da embaixada russa junto à Santa Sé, temos algum contato com Moscou”.
Diminuição de ajuda humanitária à Ucrânia nesta guerra
Segundo matéria do portal Família Cristã, o emissário vaticano declarou preocupação particular com a diminuição da ajuda humanitária que está prevista em caso de prolongamento indefinido da guerra, tal como ocorreu na Síria e no Líbano:
“Depois de um tempo entra o cansaço até mesmo no apoio a um povo em dificuldade”.
Diante deste risco real, ele acrescentou:
“A Santa Sé quer continuar encorajando o envio de ajuda humanitária e aumentar a consciencialização da comunidade internacional. Isto é sempre necessário”.
Nesta sexta, 20, o arcebispo deverá chegar a Kiev. Na capital, encontrará autoridades civis e religiosas e partirá em visitas a localidades próximas que foram dramaticamente afetadas pela guerra, como Bucha, Irpin e Vorzel.
Fonte: https://pt.aleteia.org/
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