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Um estudo recente mostrou que o cheirinho do bebê não desperta apenas a sensação de prazer na mãe.
Em 2015, uma equipe de pesquisadores israelenses do Weizmann Instituto de Ciências publicou os resultados de um estudo sobre sinais sócio-químicos no comportamento humano, no qual identificaram uma molécula que caracteriza o cheiro de recém-nascidos: a hexadecanal (HEX). O assunto foi explicado com mais detalhes no jornal italiano Focus, em março de 2022.
O cheiro característico dos bebês nas primeiras 6 semanas de vida
De acordo com a publicação, os recém-nascidos emitem um cheiro característico que permanece durante as primeiras seis semanas de vida devido à presença de várias moléculas – algumas das quais vêm do líquido amniótico e do vérnix caseoso, a substância esbranquiçada que cobre o feto e protege sua pele durante a gestação.
Mesmo que o bebê seja lavado assim que chega ao mundo, estas substâncias permanecem na pele e no cabelo dele.
O estudo
Os pesquisadores registraram impressões e dados de ressonância magnética funcional em voluntários de ambos os sexos que cheiraram um óleo contendo a molécula HEX, em comparação com um grupo que havia cheirado o mesmo óleo, mas sem adições.
Todos os participantes foram, então, convidados a assustar outras pessoas, fazendo ruídos altos para testar seu nível de agressão. Os homens que haviam inalado o HEX mostraram menos “barulho” do que aqueles que haviam inalado apenas o óleo, enquanto o oposto ocorreu exatamente entre as mulheres.
Como explicar o resultado?
Os cientistas têm centrado suas hipóteses no que acontece no reino animal, onde a agressividade dos machos é, muitas vezes, dirigida aos recém-nascidos, enquanto as mães fazem de tudo para protegê-los do perigo.
Agressividade nas mulheres
Portanto, a resposta diferente ao HEX nos dois sexos poderia responder à necessidade de aumentar as chances de sobrevivência dos filhos: graças ao seu odor, os pais se tornariam menos agressivos e as mães mais combativas para proteger a vida de sua prole.
O estudo também mostrou que o cérebro percebe esta molécula mesmo na ausência dos bulbos olfativos. Isso sublinharia a importância desta molécula para o propósito de sobrevivência.
Os autores reconhecem que mais estudos são necessários para confirmar essas descobertas, especialmente a hipótese de conexão com a criança. Embora as evidências pareçam fortes, “ainda falta verificar experimentalmente” se outros produtos químicos além do HEX podem estar envolvidos.
O efeito do cheiro de recém-nascidos sobre as mães
Outros estudos se concentraram mais especificamente no efeito que o cheiro do recém-nascido causa nas mães, com a hipótese de que ele é capaz de estimular os circuitos de prazer de forma semelhante às drogas.
Para estudar esta hipótese, os pesquisadores mediram a atividade cerebral de 30 mulheres, das quais 15 eram mães recentes, enquanto elas cheiravam o odor quimicamente extraído das roupas dos recém-nascidos. A atividade cerebral revelou o estímulo de áreas de prazer em todas as participantes. Entretanto, de acordo com a ideia de que esta substância é importante para as mulheres com bebês, a ativação foi maior naquelas que haviam dado à luz recentemente.
A importância dos odores
Geralmente, os odores corporais são vistos sob uma luz negativa. Fazemos tudo o que podemos – gastando muito dinheiro todos os dias – para camuflá-los ou eliminá-los.
Entretanto, os estudos acima mostram como os odores, pelo menos na relação entre pais (especialmente mães) e recém-nascidos, podem ser tão importantes quanto os estímulos visuais e auditivos, aos quais muitas vezes é dada maior prioridade.
Fonte: https://pt.aleteia.org/
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