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Nunca haverá paz quando alguém ou, no caso atual,
multidões sejam excluídas, como dizia São Paulo VI do banquete da vida.
Dom Roberto Francisco Ferreria
Paz - Bispo Diocesano de Campos (RJ)
A mensagem do Papa Francisco,
para a 108ª Jornada Mundial dos Migrantes e Refugiados, se centra na proposta
de “construir o futuro com os migrantes e refugiados”. Desde o episódio de
Lampedusa, o Papa tem afirmado, de uma forma profética, e corajosa, que os
vulneráveis, longe de ser uma ameaça, ajudam a sociedade inteira a renovar-se,
pois a chegada de estrangeiros, na sua diversidade de culturas e aprendizados,
é uma fonte de enriquecimento e dilatação das nossas perspectivas e percepções.
Nunca haverá paz quando alguém
ou, no caso atual, multidões sejam excluídas, como dizia São Paulo VI do
banquete da vida. Torna-se necessário, repensar e recriar um novo sistema
global, a partir da lógica da inclusão e da esperança, pois sem garantir paz e
dignidade para todos/as teremos o triste e cruel cenário da guerra e do
extermínio, pois chegamos a um ponto, sem retorno, de crise civilizatória.
Acalentar o sonho de uma
humanidade, como uma família unida e reconciliada, é muito mais real e
humanitário que continuar com a velha e repetida história na qual somos cada um
lobo para os outros. Acolher o estrangeiro e refugiado, é receber o próprio
Cristo, peregrino, faminto e perseguido, que bate à nossa porta.
Na Páscoa, celebramos uma nova
Criação, um homem e mulher novos, capazes de abrir os braços para tantos irmãos
que perambulam sem rumo e sem lar; para o cristão os migrantes e estrangeiros
nos recordam e fazem lembrar que, na Igreja de Jesus, ninguém é estrangeiro, e
que o Reino de Deus não tem fronteiras.
Que, por nossa oração e solidariedade, onde houver
exclusão, floresça com generosidade a fraternidade e que todos/as possamos
tornar-nos construtores do futuro, agindo em nosso presente com decisão e
determinação alegre e esperançosa, testemunhando sempre a presença do
Ressuscitado entre nós, através da pessoa do migrante e do refugiado. Deus seja
louvado!
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