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quarta-feira, 22 de junho de 2022

Encontro das Famílias: é necessária a pastoral vocacional desde a infância até a vida adulta

Família de Cabo Verde | Vatican News

Inicia nesta quarta-feira (22) o 10º Encontro Mundial das Famílias em Roma. Entrevista com Gabriella Gambino, Subsecretária do Dicastério para Leigos, a Família e a Vida: anunciar hoje a beleza do matrimônio e da família.

Debora Donnini – Vatican News

É grande a expectativa para a abertura do 10° Encontro Mundial das Famílias, que se realiza em Roma de hoje até domingo, 26 de junho. “Amor em família: vocação e caminho de santidade" é o tema desta edição, que começa na parte da tarde com o Festival das Famílias. Estarão presentes cerca de dois mil delegados convidados de 120 países, escolhidos pelas Conferências Episcopais, pelos Sínodos das Igrejas Orientais e pelas realidades eclesiais internacionais. Um encontro que se realiza em um momento difícil para a humanidade, marcada pela pandemia e pela guerra. Gabriella Gambino, subsecretária do Dicastério para Leigos, Família e Vida, promotora do evento, fala ao Vatican News:

Como Subsecretária do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, que esperanças a senhora vê neste evento?

Depois de um ano inteiro dedicado à pastoral familiar, com todo o grande trabalho que foi feito, acho que é realmente hora de 'fazer Igreja' junto com as famílias, pastores e famílias unidas. Trata-se realmente da esperança de um encontro, da esperança de ouvir palavras de encorajamento do Santo Padre para que então, quando este Ano da Família terminar, possamos continuar o nosso caminho juntos. Creio que a grande esperança é precisamente a de iniciar processos de renovação da pastoral familiar para saber ouvir as famílias, para continuar caminhando com elas.

Nesta edição do Congresso, não haverá palestras estruturadas academicamente com conteúdo teológico-doutrinal, mas principalmente um momento de escuta e encontro. Participarão também os filhos dos casais presentes. Quão importante é hoje para as famílias ser protagonistas da pastoral de evangelização também com o envolvimento de seus filhos?

É muito importante porque na realidade a pastoral familiar é exatamente a pastoral das famílias. Toda a família é chamada ao anúncio cristão, e acredito que hoje um dos maiores desafios para nós como pais é justamente transmitir aos nossos filhos a consciência e também a coragem de anunciar Cristo presente em nossas famílias. E também ensinar as crianças a fazê-lo, mesmo que vivamos em um contexto às vezes complexo, que não nos coloca à vontade. Muito importante é que também no nível da abordagem pastoral, comecemos a trabalhar em uma abordagem pastoral mais transversal entre os vários setores - pastoral da infância, pastoral dos jovens, pastoral matrimonial - para que haja uma informação coerente e contínua no caminho vocacional das pessoas desde a infância até a vida adulta.

Formação, acompanhamento, transmissão da fé para as novas gerações, são alguns dos temas. Qual é, de alguma forma, o fio condutor comum desses dias?

O tema fundamental é o anúncio da vocação de cada família, de cada pessoa dentro da família. A família é um caminho de santidade e santificação que cada um de nós tem à sua disposição. A família é um dom que o Senhor nos dá. A palavra-chave, creio eu, seja "realidade", ou seja, partindo da realidade porque cada um de nós deve viver a própria vocação na realidade diária em que estamos inseridos. É importante a formação de formadores que saibam encontrar a realidade das famílias de hoje. É importante que acompanhemos as famílias e especialmente os jovens noivos e casais na realidade que vivem, partindo de sua realidade, para que a partir dalí eles possam descobrir sua vocação e encontrar Cristo. E é importante que aprendamos como transmitir a fé aos jovens a partir da realidade na qual vivem, tendo, portanto, também a coragem de abordar questões que são muito difíceis para nós hoje, sobre as quais estamos às vezes mal preparados. Penso, por exemplo, no ambiente digital dos jovens, no ambiente das redes sociais, dos smartphones, que nos pedem habilidades relacionais especiais, porque a partir daí devemos saber dialogar com os jovens e fazê-los descobrir a fé, mesmo a partir desses contextos.

Na sua opinião, qual é o principal desejo do Papa para as famílias de hoje, partindo da grande atenção que tem dado através da "Amoris laetitia", dos muitos discursos sobre o tema da família, dos vídeos feitos pelo seu Dicastério?

A mensagem que eu acredito ser a mais próxima ao coração do Santo Padre é, de fato, a de anunciar hoje a beleza do matrimônio e da família. Vivemos em contextos sociais onde as novas gerações têm dificuldade de acreditar no matrimônio, têm tantos desafios ao seu redor que os levam por outros caminhos, e precisam do testemunho de famílias confiáveis para dizer-lhes que a vida familiar responde à necessidade de plenitude da pessoa, e que a vida familiar fundada no matrimônio cristão - portanto uma família estável e sólida construída em torno da fé no Senhor que habita em nossos lares e em nossas vidas - é bela e é possível, e não é algo inatingível. Não é um ideal abstrato e por isso um dos temas escolhidos para o Encontro Mundial nestes dias é precisamente o tema da santidade, para que o modelo de algumas famílias santas que já trilharam este caminho antes de nós possa nos mostrar que é possível captar os sinais da presença de Deus em nossas vidas, na realidade que vivemos todos os dias.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF