Patriarca Bartolomeu na Cúpula da Ecologia |
Ontem (09) teve início a 5ª Cúpula de Halki dedicada à
ecologia e às perspectivas teológicas, educacionais e ecumênicas ligadas a um
tema muito caro às Igrejas Ortodoxas e Católicas. O pedido de Francisco para um
compromisso comum cada vez maior e o apelo de Bartolomeu para considerar as
conexões que unem a humanidade.
Adriana Masotti – Vatican News
O Patriarca Ecumênico
Bartolomeu e o Papa Francisco representam uma abordagem unificada e uma voz
profética sobre a relação inseparável entre a sustentabilidade do planeta e a
salvação do mundo, entre a proteção ambiental e a realização da fraternidade
universal. Graças a seus constantes apelos, a consciência das comunidades
católicas e ortodoxas aumentou muito, dando origem a ações e reflexões comuns.
Um exemplo disso é a 5ª Cúpula de Halki, que abriu ontem (09/06) em Istambul,
evento organizado conjuntamente pelo Patriarcado de Constantinopla e pelo
Instituto Universitário Sophia, uma expressão do Movimento dos Focolares.
A saudação e a
oração do Papa Francisco
A Cúpula conta com a
participação de estudantes e professores católicos e ortodoxos de todos os
continentes. "Apoiando juntos o futuro do planeta", este é o título.
Para a ocasião o Papa Francisco enviou uma mensagem, assinada pelo Secretário
de Estado Cardeal Pietro Parolin, afirmando que está "contente por ser
informado sobre a conferência". "Enquanto a nossa casa comum enfrenta
os efeitos contínuos das mudanças climáticas, que ameaçam especialmente nossos
irmãos e irmãs mais vulneráveis - diz a mensagem - Sua Santidade reza para que
uma sempre crescente resposta ecumênica ao chamado para ser bons
administradores do dom de Deus da criação, inspire muitos a se comprometerem
com este fim em prol das gerações futuras".
Bartolomeu:
juntos para salvaguardar o futuro
Em seu discurso o Patriarca
Bartolomeu, enfatizou duas palavras do título: "futuro" e
"juntos". A primeira palavra lembra o forte vínculo intergeracional
inerente ao respeito ao meio ambiente em que vivemos; a segunda, a abordagem
interdisciplinar imperativa a ser adotada diante da vastidão e complexidade dos
problemas ecológicos. “Torna-se evidente - disse o Patriarca - que somente uma
resposta cooperativa e coletiva por parte de líderes religiosos, cientistas,
autoridades políticas, instituições educacionais e organizações financeiras
será capaz de abordar efetivamente estas questões vitais de nosso
tempo". Bartolomeu então retomou dois conceitos centrais na teologia
e na espiritualidade ortodoxa: 'eucaristia', no sentido de 'ação de graças'
pelo dom da criação, e 'ascese', ou seja, 'autocontrole' das paixões
consumistas. O Patriarca convidou a considerar estes conceitos também como
formas diferentes de falar de comunhão. “E é aqui que a visão de nosso irmão
Papa Francisco - afirmou - coincide com a visão de mundo que temos proposto e
promulgado há mais de trinta anos. Ambos estamos convencidos de que o que
fazemos ao nosso mundo, 'fazemos ao menor de nossos irmãos e irmãs', assim como
o que fazemos aos outros, fazemos ao próprio Deus".
Tudo está
conectado
"Tudo está conectado", nos lembra com
frequência o Papa Francisco, e o Patriarca explica esta convicção
contextualizando-a: "Conexões entre nós e toda a criação de Deus, entre
nossa fé e nossa ação, entre nossa teologia e nossa espiritualidade, entre o
que dizemos e o que fazemos; entre ciência e religião, entre nossas convicções
e toda disciplina; entre nossa comunhão sacramental e nossa consciência social;
entre nossa geração e as gerações futuras, entre nossas duas Igrejas, mas também
com outras Igrejas e outras comunidades de fé.
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