Papa Francisco com os participantes da Assembleia Plenária da ROACO | Vatican News |
“Somos chamados a reagir com o poder da oração, com a
ajuda concreta da caridade, com todos os meios cristãos para que as armas deem
lugar às negociações”. É o forte apelo do Papa durante o encontro com os
participantes da Assembleia Plenária da Reunião das Obras para a Ajuda às
Igrejas Orientais (ROACO).
Jane Nogara - Vatican News
Na manhã desta quinta-feira
(23) o Papa Francisco recebeu os participantes da Assembleia Plenária da
Reunião das Obras para a Ajuda às Igrejas Orientais (ROACO). Iniciou falando sobre
o trabalho da ROACO: “A própria intuição da ROACO – disse o Papa - corresponde
ao caminho sinodal que está sendo percorrido pela Igreja universal; o processo
de apresentação de um projeto de ajuda implica de fato o envolvimento de vários
setores e protagonistas”. E Francisco esclareceu que cada um tem seu papel e
todos são chamados a dialogar uns com os outros consultando, estudando,
perguntando e oferecendo sugestões e explicações, caminhando juntos. E que as
ferramentas da informática que estão sendo preparadas “tornarão o processo mais
eficaz, mas é importante que elas apoiem o encontro e o confronto que vocês
desenvolveram ao longo dos anos, ajudando a desenvolver com harmonia a sinfonia
da caridade”.
Sinfonia da
caridade
"Ao criar a sinfonia
da caridade, continuem a buscar o acordo e fujam de qualquer tentação de
isolamento e fechamento em si mesmos e em seus próprios grupos, a fim de
permanecer abertos para acolher os irmãos e irmãs aos quais o Espírito sugeriu
iniciar experiências de proximidade e serviço às Igrejas Católicas Orientais,
tanto na pátria como nos territórios da chamada diáspora”. "É
importante – completou Francisco - a fim de concordar, sintonizar-se na escuta
recíproca, que facilita o discernimento e leva a escolhas compartilhadas, verdadeiramente
eclesiais”.
Incluir o Líbano
nas negociações
Depois Francisco recordou que
em setembro será comemorado o décimo aniversário da Exortação Apostólica Ecclesia
in Medio Oriente, promulgada por Bento XVI durante sua viagem ao Líbano.
“Em dez anos – observou - muitas coisas aconteceram: pensemos nos tristes
acontecimentos envolvendo o Iraque e a Síria, as convulsões na própria Terra
dos Cedros. Houve também algumas luzes de esperança, como a assinatura em Abu
Dhabi do Documento sobre a Fraternidade Humana. Também é de se esperar, disse o
Papa aos presentes, “que sejam retomadas as negociações para coordenação sobre
a Síria e o Iraque iniciado há alguns anos e que o Líbano também seja incluído
na reflexão conjunta”.
Drama de Caim e
Abel
Concluindo seu pensamento o
Papa afirmou:
“Por favor, continue a
manter diante de seus olhos o ícone do Bom Samaritano: vocês o fizeram e eu sei
que continuarão a fazê-lo também pelo drama causado pelo conflito de Tigray que
feriu novamente a Etiópia e parte da Eritreia, e sobretudo à amada e
martirizada Ucrânia”. Na Ucrânia, disse “voltamos ao drama de Caim e Abel;
foi desencadeada uma violência que destrói a vida, uma violência luciferina,
diabólica, à qual nós crentes somos chamados a reagir com o poder da oração, com
a ajuda concreta da caridade, com todos os meios cristãos para que as armas
deem lugar às negociações”.
Concluindo o Papa agradeceu aos presentes “por ajudar a
levar a carícia da Igreja e do Papa para a Ucrânia e para os países onde os
refugiados foram acolhidos”. E disse: “Na fé sabemos que as alturas do orgulho
humano e da idolatria serão baixadas, e os vales da desolação e das lágrimas se
encherão, mas também desejamos que se cumpra em breve a profecia de paz de
Isaías: que um povo não mais levante a mão contra outro povo, que as espadas se
tornem arados e as lanças foices (cf. Is 2,4)”. “Em vez disso – disse ainda -
tudo parece estar indo na direção oposta: os alimentos diminuem e o aumenta o
barulho das armas. Hoje é o padrão de Caim que rege a história. Portanto, não
deixemos de rezar, jejuar, socorrer, trabalhar para que os caminhos da paz
encontrem espaço na selva dos conflitos".
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