Transalpine Redemptorists CC |
Muitos santos foram injustiçados pelos líderes da Igreja. Eles superaram a decepção sem perder a fé.
Você se sente magoado ou decepcionado por causa da atitude de algum membro da Igreja? Se sim, você tem um patrono!
Muitos ficam desapontados com a Igreja por causa da liturgia, política ou devido a assuntos pessoais. As pessoas que conheço que trabalham para a Igreja – incluindo os ordenados e religiosos – têm que travar uma batalha constante contra o ressentimento por uma situação ou outra. Geralmente, as pessoas magoadas acham que nunca deveriam ter sido tratadas na igreja como foram.
Para essas pessoas, eu sempre digo a mesma coisa:
Não está certo e não é bonito, mas é bastante consistente lembrar que as obras de São Tomás de Aquino foram suprimidas pela Igreja, São João da Cruz foi preso por seus superiores religiosos e Joana d’Arc foi queimada na fogueira com o aval dos bispos.
Quando posso, trago à tona as incríveis testemunhas que conheço pessoalmente: uma sofreu abuso sexual e manteve sua fé. Outros serviram à Igreja apesar de descobrirem que anos de trabalho foram dedicados a um lobo em pele de cordeiro.
Mas como isso pode acontecer? A Igreja não é a Igreja “una e santa ”? Sim definitivamente.
Mas cada membro da Igreja, desde Pedro (o primeiro Papa) até você e eu, é pecador – terrivelmente pecaminoso. Então é claro que nossa Igreja, cheia de pecadores, é um lugar onde as pessoas se machucam.
Santo Afonso Maria de Ligório
Talvez o verdadeiro padroeiro dos maus tratos por parte dos líderes da Igreja seja Santo Afonso Maria de Ligório.
Muito antes de ser canonizado, de ser feito patrono dos teólogos morais e receber a alta honra de “Doutor da Igreja”, o prolífico autor e fundador dos Redentoristas viveu em perseguição sem fim pelos líderes da Igreja.
Em 1726 ele foi ordenado em Nápoles. Nos dois anos seguintes trabalhou com um grupo que tentou forjar um caminho católico entre dois extremos da época: jansenistas rígidos e entusiastas renascentistas frouxos. Mas seu grupo foi denunciado pelos líderes da Igreja e, como a Igreja e o Estado muitas vezes agiam em conjunto, os membros foram presos.
Santo Afonso aprendeu mais sobre a oração nesta circunstância do que jamais teria aprendido de outra forma. “Fale com Deus frequentemente sobre seus negócios, seus planos, seus problemas, seus medos – de tudo o que diz respeito a você, pois Deus não vai falar com uma alma que não fala com ele”, dizia Ligório.
A ajuda que era parte do problema
Um arcebispo finalmente interveio para ajudar Santo Afonso. Mas, geralmente, os bispos eram partes do problema.
Um poderoso marquês passou décadas frustrando os planos de Ligório de fundar uma congregação, e um arcebispo o enviou para longe.
Santo Afonso fez grandes coisas em sua nova posição, e dizia: “Se eles descobrissem que era a vontade de Deus, seria o maior deleite dos serafins empilhar areia na praia ou arrancar ervas daninhas em um jardim por toda a eternidade.”
Ele acabou se tornando bispo e disse: “Aqueles que buscam a verdadeira religião nunca a encontrarão fora da Igreja Católica”, porque, apesar de seus membros, Cristo é seu fundamento, seus sacramentos e seu objetivo.
A derrota culminante
Por volta dos 70 anos de idade, Santo Afonso ficou doente e aleijado. Ele pediu permissão para renunciar ao seu bispado. Dois Papas recusaram, mas o Papa Pio VI finalmente lhe concedeu seu descanso. Entretanto, um bispo e um padre o enganaram e o fizeram assinar uma versão alterada de um documento de sua congregação.
“Você fundou a congregação e agora a destruiu”, disseram-lhe seus confrades.
Foi o teste mais difícil de sua máxima “Uma alma que ama Jesus Cristo deseja ser tratada da maneira como Cristo foi tratado – pobre, desprezado e humilhado”.
Então – o que você deve fazer quando sofrer perseguição ou for maltratado pelas mesmas pessoas que deveriam estar ajudando seu bom trabalho?
O exemplo do santo
Santo Afonso não sofreu em silêncio. Ele escreveu: “Atualmente, a Igreja não é perseguida por idólatras ou hereges, mas é perseguida por cristãos escandalosos, que são seus próprios filhos”.
Ele, de fato, não se preocupava com os ressentimentos ou a amargura que sofria e nos deixou ótimos conselhos.
Primeiro: Concentre-se em fazer o bem. “O passado não é mais seu; o futuro ainda não está em seu poder. Você tem apenas o presente para fazer o bem”, disse ele.
Segundo: Concentre-se na presença de Deus em todos os lugares, não nos pecados de seus representantes: “Quando vemos um belo objeto, um belo jardim ou uma bela flor, pensemos que contemplamos um raio da infinita beleza de Deus”.
Acima de tudo, ore. “Se você perguntar quais são os meios para vencer as tentações, eu responderia: o primeiro meio é a oração; o segundo é a oração; o terceiro é a oração. E se você me perguntasse mil vezes, eu repetiria a mesma coisa”, disse ele.
Santo Afonso, rogai por nós! Precisamos da graça que o senhor teve para enfrentar provações na Igreja.
Fonte: https://pt.aleteia.org/
Nenhum comentário:
Postar um comentário