Papa Francisco no Angelus (Vatican Media) |
No Angelus desta segunda-feira, Solenidade da Assunção da
Bem-Aventurada Virgem Maria, que no Brasil celebraremos no próximo domingo, o
Papa explicou o significado do Magnificat, o canto da Mãe de Jesus que nos foi
transmitido pelo Evangelho de Lucas, que narra a obra de Deus na história e
também anuncia uma inversão de valores, profetizando o que Jesus dirá.
Silvonei José – Vatican News
“A Virgem Maria profetiza:
profetiza que a ter o primeiro lugar não é o poder, o sucesso e o dinheiro, mas
o serviço, a humildade e o amor”. Foi o que disse o Papa Francisco no Angelus desta
segunda-feira, Solenidade da Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria, e que no
Brasil celebraremos no próximo domingo.
O Evangelho – disse Francisco
- nos propõe o diálogo entre Maria e sua prima Isabel. “Quando Maria entra
em casa e saúda Isabel, diz-lhe: "Bendita és tu entre as mulheres e
bendito é o fruto do teu ventre". Estas palavras, cheias de fé, alegria e
encanto, passaram a fazer parte da "Ave Maria". Cada vez que
recitamos esta oração tão bonita e familiar, fazemos como Isabel: saudamos
Maria e a bendizemos, porque ela nos traz Jesus. Maria acolhe a bênção de
Isabel e responde com o cântico, um presentes para nós, para toda a história, o
Magnificat. é um canto de louvor, que poderíamos definir como "o cântico
da esperança".
É um hino de louvor e
exultação pelas grandes coisas que o Senhor realizou nela, mas Maria vai mais
longe:
“Contempla a obra de Deus em
toda a história do seu povo. Diz, por exemplo, que o Senhor "derrubou do
trono os poderosos, exaltou os humildes, saciou de bens os indigentes e
despediu de mãos vazias os ricos".
Pequena e
humilde
Mas quer nos dizer algo de
mais importante”, destaca o Papa Francisco:
Ela, pequena e humilde, foi
elevada e – festejamos hoje – levada à glória do Céu, enquanto os poderosos do
mundo estão destinados a permanecer de mãos vazias. Nossa Senhora, em
outras palavras, anuncia uma mudança radical, uma inversão de valores. Enquanto
fala com Isabel tendo Jesus no ventre, antecipa o que seu Filho dirá, quando
proclamará bem-aventurados os pobres e humildes e advertirá os ricos e os que
confiam na sua própria autossuficiência.
A Virgem, portanto, profetiza
que a ter o primeiro lugar não é o poder, o sucesso e o dinheiro, mas o
serviço, a humildade e o amor. "Olhando para ela na glória,
compreendemos que o verdadeiro poder é o serviço e que reinar significa amar. E
que este é o caminho para o céu".
Francisco destaca que a
inversão profética anunciada por Maria toca a vida de cada um de nós se
acreditamos “que amar é reinar e servir é poder. Que a meta do meu viver é o
Céu, o paraíso? Ou me preocupo somente com coisas terrenas, materiais? E ainda,
observando os acontecimentos do mundo, deixo-me tomar pelo pessimismo ou, como
a Virgem, sei perceber a obra de Deus que, com mansidão e pequenez, realiza
grandes coisas?
Maria canta a
esperança
“Maria hoje canta a esperança
e reacende em nós a esperança: nela vemos a meta do caminho: ela é a primeira
criatura que com tudo de si, de corpo e alma, chega vitoriosa à meta do Céu”.
Maria - continuou o Papa
-, “mostra-nos que o Céu está ao alcance da mão, se também nós não
cedermos ao pecado, louvarmos a Deus com humildade e servirmos aos outros com
generosidade.
Não ceder ao pecado. Mas,
alguém pode dizer: "Mas, padre, eu sou fraco" - "Mas o Senhor
está sempre perto de você, pois é misericordioso". Não se esqueçam qual é
o estilo de Deus: proximidade, compaixão e ternura. Sempre perto de nós com seu
estilo.
O Papa Francisco concluiu afirmando que Maria, nossa
Mãe, “toma-nos pela mão, acompanha-nos à glória, convida-nos a
regozijar-nos pensando no paraíso. Bendigamos Maria com a nossa oração e
peçamos-lhe um olhar profético, capaz de vislumbrar o Céu na terra”.
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