Uma mulher vestida de sol | comshalom |
XXI Domingo do Tempo Comum
Palavra do Pastor
Dom Paulo Cezar Costa
Arcebispo de Brasília
Uma Mulher
vestida de Sol
A imagem da Mulher vestida de sol remete ao mistério que celebramos na
solenidade da Assunção da Virgem Maria. Esta verdade de fé foi definida por Pio
XII, em 1950, mas já estava presente na tradição da Igreja, no seu patrimônio
de fé: “A imaculada Virgem, preservada imune de toda mancha da culpa original,
terminando o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória
celeste. Para que mais plenamente estivesse conforme a seu Filho, Senhor dos
senhores e vencedor do pecado e da morte (…)” (Pio XII, Munificentissimus
Deus).
A Igreja, quando olha para a glória da Mãe de Deus, vê preanunciado aquilo
que também ela espera para si. O Livro do Apocalipse (11, 19; 12, 1.3-6.10)
apresenta a imagem da mulher que aparece no céu, vestida de sol, tendo a lua
debaixo dos pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas. Esta mulher
representa a Igreja e também a bem-aventurada Virgem Maria. A Constituição
sobre a Igreja do Vaticano II, no capítulo VIII, nos 63 – 64,
desenvolve esta analogia entre Maria e a Igreja. O mistério de Maria está
intimamente unido ao mistério da Igreja. Maria é virgem e mãe; a Igreja, pela
pregação e pelo batismo, gera para a vida imortal os filhos concebidos do
Espírito Santo e nascidos de Deus. A Igreja é a virgem que, íntegra e puramente,
guarda a fé dada pelo Esposo. A constituição dogmática Lumem Gentium,
64, afirma que a Igreja, “imitando a Mãe de seu Senhor, pela virtude do
Espírito Santo, conserva virginalmente uma fé íntegra, uma sólida esperança e
uma sincera caridade”.
No Evangelho encontramos o mistério da visitação (Lc 1, 39 – 56). Maria que
sobe apressadamente à região montanhosa para visitar Isabel. Esta atitude de
Maria convida nossas comunidades de discípulos missionários a envolverem-se com
a mística própria de Lucas (1, 39-45): a visita de Maria à sua prima Isabel.
Esta cena revela o encontro da promessa e da realização salvadora de
Deus. As duas alianças se complementam designando e apontando alegremente
que o Fruto bendito do seio de Maria é a esperança agora realizada. Zacarias,
Isabel, João e Maria atualizam a esperança “esperante”, ativa, profética,
alegre e cantante dos feitos de Deus na vida do seu povo: “Veio em socorro de
Israel seu servo lembrado de sua bondade” (Lc 1, 54).
Esta cena do Evangelho relembra a toda a Igreja o caminho da missão, do
colocar-se à disposição na realização da vontade de Deus. A Igreja, olhando
para a pressa de Maria, encontra a sua vocação, a sua missão. Ela existe para
evangelizar, para levar Jesus. Esta é a sua mística.
Maria inspira o caminho de uma Igreja onde todos caminham apressadamente
para a missão, onde todos são missionários. Os missionários (as) são portadores
da bondade, da proximidade de Deus que Maria viveu e transmitiu. Eles são
testemunhas vivas da esperança de que nosso Deus vem ao nosso encontro. A
atitude de saída, de encontro, de diálogo, de serviço, de anúncio, de
testemunho de comunhão, de visitação que leva Jesus Cristo e Seu projeto de
salvação é Missão. O Missionário leva a Esperança que vem da fé, e esta Esperança
é Cristo, revelador do Amor do Pai.
Fonte: https://arqbrasilia.com.br/
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