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domingo, 21 de agosto de 2022

XXI Domingo do Tempo Comum - Ano C

Uma mulher vestida de sol | comshalom

XXI Domingo do Tempo Comum

Palavra do Pastor

Dom Paulo Cezar Costa

Arcebispo de Brasília

Uma Mulher vestida de Sol

A imagem da Mulher vestida de sol remete ao mistério que celebramos na solenidade da Assunção da Virgem Maria. Esta verdade de fé foi definida por Pio XII, em 1950, mas já estava presente na tradição da Igreja, no seu patrimônio de fé: “A imaculada Virgem, preservada imune de toda mancha da culpa original, terminando o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celeste. Para que mais plenamente estivesse conforme a seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte (…)” (Pio XII, Munificentissimus Deus).

A Igreja, quando olha para a glória da Mãe de Deus, vê preanunciado aquilo que também ela espera para si. O Livro do Apocalipse (11, 19; 12, 1.3-6.10) apresenta a imagem da mulher que aparece no céu, vestida de sol, tendo a lua debaixo dos pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas. Esta mulher representa a Igreja e também a bem-aventurada Virgem Maria. A Constituição sobre a Igreja do Vaticano II, no capítulo VIII, nos 63 – 64, desenvolve esta analogia entre Maria e a Igreja. O mistério de Maria está intimamente unido ao mistério da Igreja. Maria é virgem e mãe; a Igreja, pela pregação e pelo batismo, gera para a vida imortal os filhos concebidos do Espírito Santo e nascidos de Deus. A Igreja é a virgem que, íntegra e puramente, guarda a fé dada pelo Esposo. A constituição dogmática Lumem Gentium, 64, afirma que a Igreja, “imitando a Mãe de seu Senhor, pela virtude do Espírito Santo, conserva virginalmente uma fé íntegra, uma sólida esperança e uma sincera caridade”.

No Evangelho encontramos o mistério da visitação (Lc 1, 39 – 56). Maria que sobe apressadamente à região montanhosa para visitar Isabel. Esta atitude de Maria convida nossas comunidades de discípulos missionários a envolverem-se com a mística própria de Lucas (1, 39-45): a visita de Maria à sua prima Isabel. Esta cena revela o encontro da promessa e da realização salvadora de Deus.  As duas alianças se complementam designando e apontando alegremente que o Fruto bendito do seio de Maria é a esperança agora realizada. Zacarias, Isabel, João e Maria atualizam a esperança “esperante”, ativa, profética, alegre e cantante dos feitos de Deus na vida do seu povo: “Veio em socorro de Israel seu servo lembrado de sua bondade” (Lc 1, 54).

Esta cena do Evangelho relembra a toda a Igreja o caminho da missão, do colocar-se à disposição na realização da vontade de Deus. A Igreja, olhando para a pressa de Maria, encontra a sua vocação, a sua missão. Ela existe para evangelizar, para levar Jesus. Esta é a sua mística.

Maria inspira o caminho de uma Igreja onde todos caminham apressadamente para a missão, onde todos são missionários. Os missionários (as) são portadores da bondade, da proximidade de Deus que Maria viveu e transmitiu. Eles são testemunhas vivas da esperança de que nosso Deus vem ao nosso encontro. A atitude de saída, de encontro, de diálogo, de serviço, de anúncio, de testemunho de comunhão, de visitação que leva Jesus Cristo e Seu projeto de salvação é Missão. O Missionário leva a Esperança que vem da fé, e esta Esperança é Cristo, revelador do Amor do Pai.

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF