Papa Francisco com os membros da COPERCOM | Vatican News |
“Trata-se
de aprender a ficar em silêncio, antes de tudo dentro de si mesmo, e a
respeitar o outro: respeitá-lo não formalmente, mas na verdade, ouvindo-o,
porque cada pessoa é um mistério". Palavras do Papa Francisco aos membros
da Coordenação das Associações para a Comunicação (Copercom) recebidos nesta
segunda-feira (31/10) no Vaticano.
Jane Nogara - Vatican News
O Papa Francisco recebeu na manhã desta
segunda-feira (31/10) os membros da Coordenação das Associações para a
Comunicação (Copercom) por ocasião do 25° aniversário de fundação. A
Coordenação é uma organização que coloca em rede várias associações nacionais
que trabalham no campo da comunicação. Francisco iniciou seu discurso afirmando
que é uma boa oportunidade para refletir sobre a missão exigida de uma
organização como esta nos dias atuais e afirmando “os processos de comunicação
mudam contínua e rapidamente, e isto requer ‘algo mais’ no planejamento e na
visão”. Em seguida refletiu sobre alguns objetivos.
Coordenação
“O primeiro - disse o Papa - é, por assim
dizer, institucional: a coordenação. É um objetivo nobre reunir
várias realidades para atingir um fim específico. Coordenar é um verbo
familiar. Mas para quem? Para quê? Estas são as perguntas que ajudam a definir
melhor o compromisso diário com uma boa comunicação”. Explicando em
seguida que talentos e habilidades devem ser feitos para dar frutos para o
benefício de todos, a serviço da Igreja na Itália. “Eu os encorajo a começar
daqui, e a olhar para o futuro com confiança, prontos também para tomar
caminhos diferentes e inovadores” exortou.
Especialistas em mudanças
Um segundo objetivo é a mudança. Temos
observado repetidamente que "o que estamos vivendo não é simplesmente
uma época de mudanças, mas uma mudança de época”. Portanto, continuou
Francisco “não devemos temer nosso envolvimento em desafios e oportunidades que
o tempo presente nos apresenta. Vocês devem ser especialistas nisso:
especialistas em mudanças! Na verdade, sendo responsável pela comunicação,
vocês sabem muito bem como as inovações tecnológicas estão acelerando os
processos e as transições geracionais”. Advertindo em seguida:
“Mudança
não significa se alinhar com a moda do momento, mas converter o modo de ser e
de pensar, começando com uma atitude de surpresa com o que não muda e ainda
assim é sempre novo! Surpresa que é o antídoto contra o hábito repetitivo e a
autorreferencialidade.”
A escuta
Abordando o terceiro objetivo Francisco explicou
que é um objetivo tríptico: “encontrar, escutar e falar. É uma
espécie de 'a-b-c' do bom comunicador, porque é a dinâmica que sustenta toda
boa comunicação. Primeiro, o encontro com o outro: significa abrir o coração,
sem fingimento, para a pessoa à sua frente. O encontro é o pré-requisito para o
conhecimento. Se não há encontro, não há comunicação. Depois vem a escuta”,
explicou.
“Trata-se
de aprender a ficar em silêncio, antes de tudo dentro de si mesmo, e a
respeitar o outro: respeitá-lo não formalmente, mas na verdade, ouvindo-o,
porque cada pessoa é um mistério. A escuta é o ingrediente indispensável para
que haja um verdadeiro diálogo. Só depois de ouvir é que vem a palavra.”
"A palavra, saída do silêncio e da escuta,
pode se tornar anúncio, e então a comunicação se abre à comunhão. Encontrar,
escutar e depois falar” recorda o Papa. Desejando em seguida que o trabalho dos
presentes seja sempre “orientado por estas ações, sempre focalizando os
substantivos, ou seja, as pessoas, mais do que os adjetivos que distraem”.
Sinodalidade
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