Crédito: Cléofas |
O papel da mãe na criação dos filhos
Educar
os filhos é a grande missão que Deus confiou aos pais. É por causa da
importância dessa tarefa, que nos deu o quarto Mandamento: “honrar pai e
mãe”. Sem a educação dos pais os filhos se perdem; é por isso que as
nossas cadeias estão cheias de jovens e a droga consome a muitos, além do
mundo do crime.
Nada é tão grande neste mundo
como construir um ser humano. As máquinas acabarão um dia, mas o nosso
filho jamais.
É pela educação que o ser humano
conquista e desenvolve as suas faculdades; e Deus quis que isto fosse
feito antes de tudo pelos pais, e de modo especial pela mãe. Hoje
sobretudo, onde muitas mães são obrigadas a criar sozinhas os seus filhos,
porque são “órfãos de pais vivos”, essa missão se torna mais importante e
árdua ainda. Neste caso o papel da mãe triplica de importância, porque ela
tem que fazer o papel do pai e dela mesma.
Ghandi dizia que “a verdadeira
educação consiste em pôr a descoberto o melhor de uma pessoa”. Para isto é
preciso a arte de educar, a mais difícil e mais bela de todas.
Certa vez Michelangelo viu um
bloco de pedra e disse a seus alunos: “aí dentro há um anjo, vou colocá-lo
para fora!” Depois de algum tempo, com o seu gênio de escultor, fez o belo
trabalho. Então os alunos lhe perguntaram como tinha conseguido aquela
proeza. Ele respondeu: “o anjo já estava aí, apenas tirei os excessos que
estavam sobrando”. Educar é isto, é ir com paciência e perícia tirando os
maus hábitos e descobrindo as virtudes, até que o “anjo” apareça.
Michel Quoist dizia “que não é
para si que os homens educam os seus filhos, mas para os outros e para
Deus”.
Educar é colaborar com Deus, e é
na educação dos filhos que se revelam as virtudes dos pais.
Educar é promover o crescimento
e o amadurecimento da pessoa humana em todas as suas dimensões: material,
intelectual, moral e religiosa. Por isso, educação não se recebe só na
escola, mas principalmente em casa. Às vezes se ouve dizer: “ele
é analfabeto, mas é muito educado”. Não adianta ser doutor e não saber
tratar os outros como gente; não saber cumprir com a palavra dada; não se
comportar bem; trair a esposa e os filhos; não ser gentil; não ser afável,
etc. Sem dúvida, a educação é a melhor herança que os pais devem deixar
aos filhos; esta ninguém pode lhes roubar nem destruir.
O livro do Eclesiástico diz aos pais:
“Aquele que ama o seu filho, corrige-o com frequência, para que se alegre com
isso mais tarde…” (Eclo 30,1).
A educação visa sobretudo colocar
o homem no caminho do bem e da virtude, do qual ele sempre tende a se
desviar. É aos pais que cabe sobretudo dar início a esta tarefa na vida
dos filhos. A Igreja nos ensina que:
“Pela graça do Sacramento
do matrimônio os pais receberam a responsabilidade e o privilégio de
evangelizar os seus filhos. Por isso os iniciarão desde a tenra idade nos
mistérios da fé, da qual são para os filhos os primeiros arautos” (LG,11).
Associá-los-ão desde a primeira infância à vida da Igreja (CIC, 2225).
A tarefa de educar, como dizia
D. Bosco, “é obra do coração”, é obra do amor, por isso tem muito a ver
com a mãe. Sem o carinho e a atenção da mãe a criança certamente crescerá
carente de afeto e desorientada para a vida.
O povo diz que atrás de um
grande homem, há sempre uma grande mulher, mas é preciso não esquecer que
“esta mulher” mais do que a esposa, é a mãe.
É no colo da mãe que a
criança precisa aprender o que é a fé, aprender a rezar e a amar a Deus e
as pessoas.
É no colo da mãe que o homem
de amanhã deve aprender o que é a retidão, o caráter, a honestidade, a
bondade, a pureza de coração.
É no colo da mãe que a
criança aprende a respeitar as pessoas, a ser gentil com os mais velhos, a
ser humilde e simples e não desprezar ninguém.
É no colo da mãe que o filho
aprende a caridade, a vida pura da castidade, o domínio de todas as
paixões desordenadas e a rejeitar todos os vícios.
É a mãe, com seu jeito doce e
suave, que vai retirando da sua plantinha que cresce a erva daninha da
preguiça, da desobediência, da mal-criação, dos gestos e palavras
inconvenientes. É ela que vai lhe ensinando a perdoar, a superar os
momentos de raiva sem revidar, a não ter inveja dos outros que têm mais
bens e dinheiro. É a mãe que nas primeiras tarefas do lar lhe ensina o
caminho redentor do trabalho e a responsabilidade.
Até o filho de Deus quis precisar de
uma Mãe para cumprir a sua missão de salvar a humanidade; e Ele fez o seu primeiro
milagre nas bodas de Caná exatamente porque ela lhe pediu. Por isso, cada mãe é
um sinal de Maria, que ensina seu filho a viver de acordo com a vontade de
Deus. Neste mundo, às vezes perverso, que penetra sorrateiro em nossas casas, e
insiste numa sistemática pregação de anti-valores por algumas TVs, mais do que
nunca é necessário uma mãe atenta para combater tudo aquilo que prejudica a
educação dos seus filhos. Mais do que nunca ela precisa saber conquistar os
seus filhos, não por aquilo que lhes dá, mas por aquilo que é para eles: amiga
de todas as horas, consoladora. Saiba sempre corrigir o seu filho, mas que
nunca seja com grosseria, com gritos ou com humilhações. E jamais na frente dos
outros.
Se você conquistar o seu filho
a ponto dele ter um sagrado orgulho de te-la como sua mãe, então, você
poderá fazer dele o que desejar.
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