Papa com membros do P.I.M.E | Vatican News |
Em
discurso aos redatores da revista "Mundo e Missão" do PIME, que
comemora 150 anos de fundação, Papa Francisco falou da importância da missão e
de dar voz aos oprimidos. E denunciou o "pecado" das guerras que
ensanguentam há anos várias partes do mundo.
Bianca Fraccalvieri – Vatican News
A missão no centro: este foi o aspecto ressaltado
pelo Papa ao receber em audiência esta quinta-feira os redatores e
colaboradores da revista “Mundo e Missão”, publicada pelo Pontifício Instituto
para as Missões Estrangeiras (PIME).
A revista foi fundada há 150 anos na região
italiana da Lombardia com um espírito de modernidade, pois já promovia naquele
período a “Igreja em saída” de que nos fala hoje Francisco.
O primeiro diretor, Padre Giacomo Scurati, e seus
colaboradores compreenderam o valor de comunicar a missão, a importância de
conhecer os países missionários fora da ótica colonizadora, narrando o encontro
entre o Evangelho e as comunidades locais.
Hoje como ontem, são as periferias geográficas e
existenciais, que continuam relegadas a um segundo plano. Eis então o desafio
apontado por Francisco: “mostrar a beleza e a riqueza das diferenças, mas
também as distorções e injustiças de sociedades sempre mais interligadas e, ao
mesmo tempo, marcadas por fortes desigualdades”.
O pecado das guerras esquecidas
Trata-se de um modo de fazer jornalismo
colocando-se do lado de quem não tem direito de palavra ou não é ouvido, dos
mais pobres, das minorias oprimidas, das vítimas das guerras esquecidas.
“Isto
eu quero destacar: as guerras esquecidas. Hoje todos estamos preocupados com
uma guerra na Europa, às portas da Europa e na Europa, mas há anos existem
guerras: há mais de dez na Síria, pensem no Iêmen, pensem em Mianmar, pensem na
África. Estes não entram porque não são da Europa culta, a Europa culta… As
guerras esquecidas são um pecado, esquecê-las assim.”
Deste modo, a revista cumpre outra sua tarefa
específica: colocar a missão no centro; recordar às comunidades cristãs que se
olharem somente para si mesmas, perdendo a coragem de sair e de levar a todos a
palavra de Jesus, acabam por apagar-se.
Com efeito, partindo em missão, os missionários
descobrem que o Espírito Santo chegou antes deles. “Quem partiu para
evangelizar, acabou por receber uma Boa Nova.”
Depois de 150 anos, para o Papa esta é razão para
publicar uma revista como “Mundo e Missão”: dar voz à esperança que o encontro
com Cristo semeia na vida das pessoas e dos povos. Para dizer a todos que um
mundo melhor é possível quando, seguindo Jesus, aprendemos a segurar a mão de
cada irmão e irmã.
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