O Papa Francisco no Bahrein | Vatican News |
Os
católicos que residem no Bahrein estão sob a jurisdição do recém-criado
Vicariato Apostólico da Arábia do Norte desde 2011 (anteriormente parte do
Vicariato da Arábia de 1889 a 1953, depois Prefeitura Apostólica e depois
Vicariato do Kuwait).
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Como nas demais nações muçulmanas da Península
Arábica, a presença de comunidades cristãs no Bahrein é relativamente recente e
vinculada àquela de pessoal da diplomacia, empresas e trabalhadores
estrangeiros, que chegaram ao país a partir de 1930.
Originalmente eram principalmente imigrantes de
países do Oriente Médio, mas após o boom do petróleo, milhares de cristãos ali
chegaram provenientes de diferentes nações asiáticas. Ainda hoje, a grande
maioria dos cristãos no país (equivalente a cerca de 15% da população, 70% da
qual é muçulmana) é composta por cidadãos estrangeiros que ali residem por
motivos de trabalho. Eles são provenientes principalmente do Iraque, Turquia,
Síria, Líbano, Egito, Palestina e Jordânia, mas também do Sri Lanka, Índia,
Filipinas e países ocidentais.
Digno de nota que o Bahrein é um dos poucos países
do Golfo a ter uma população cristã local: são cerca de mil fiéis, a maioria
católicos de origem árabe, que chegaram ao Bahrein entre 1930 e 1950 e
receberam a cidadania do Bahrein. Os católicos hoje são cerca de 161.000. No
país, também há pequenas comunidades judaicas e hindus.
Embora o Islã seja a religião oficial e a Sharia
esteja em vigor a Sharia, a lei islâmica, as comunidades cristãs e de outras
religiões desfrutam de liberdade de culto, ao contrário do que ocorre na
vizinha Arábia Saudita. À semelhança de Omã, Qatar e Emirados Árabes Unidos, de
fato, já há algum tempo a casa reinante dos Al-Khalifa fez-se promotora de uma
política religiosa tolerante e aberta ao diálogo inter-religioso, como
confirmado, entre outras coisas, pelo fato de o Reino acolher vários locais de
culto não-muçulmanos, incluindo duas paróquias.
A primeira igreja católica erguida nos tempos
modernos na região do Golfo está localizada no Bahrein: trata-se da Igreja do
Sagrado Coração construída em 1939 na capital Manama, em terras cedidas pelo
Emir. Data de 10 de dezembro de 2021, por outro lado, a consagração da Catedral
de Nossa Senhora da Arábia, a maior igreja católica da Península Arábica,
construída no município de Awali em um terreno de 9 mil metros quadrados doado
em 2013 pelo rei Hamad bin Isa al Khalifa. Um projeto iniciado em 2014 e
fortemente desejado pelo então Vigário Apostólico da Arábia do Norte, Dom
Camillo Ballin, falecido em 2020.
A consagração foi presidida pelo cardeal Luis
Antonio Tagle que, no mesmo dia, havia encontrado o soberano, oportunidade em
que lhe entregou uma carta do Papa Francisco. A abertura do rei do Bahrein ao
diálogo com outras religiões também é confirmada pelas boas relações existentes
com a Santa Sé com a qual o Bahrein mantém relações diplomáticas desde 2000.
Nos últimos anos, progressos significativos foram
feitos nessas relações, em particular a partir de 2014, quando o rei Hamad, em
visita ao Vaticano, apresentou ao Papa Francisco um modelo da Catedral de Nossa
Senhora da Arábia e também enviou um convite ao Pontífice para visitar o Reino.
A visita foi seguida pela do príncipe herdeiro Salman, em 2020, e pela visita
em 25 de novembro de 2021 do Sheikh Khalid bin Ahmed bin Mohammed al-Khalifa,
Conselheiro do Rei para Assuntos Diplomáticos, que entregou ao Papa a carta
oficial de convite para visitar o país.
Naquela ocasião, por meio de seu enviado, o rei
Hamad também expressou ao Pontífice sua adesão ao Documento sobre a Fraternidade Humana em prol da Paz
Mundial e da Convivência Comum assinado pelo Papa Francisco em
4 de fevereiro de 2019 em Abu Dhabi, por ocasião de sua visita aos Emirados Os
Árabes Unidos, juntamente com o Sheikh Ahmed al Tayyeb, Grande Imam de al
Azhar.
Neste mesmo espírito insere-se o "Fórum para o
Diálogo do Oriente e do Ocidente para a Coexistência Humana" no qual, além
do Papa, o próprio Sheikh al-Tayyeb foi convidado a participar, juntamente com
outros líderes religiosos de alto nível.
Os católicos que residem no Bahrein estão sob a
jurisdição do recém-criado Vicariato Apostólico da Arábia do Norte desde 2011
(anteriormente parte do Vicariato da Arábia de 1889 a 1953, depois Prefeitura
Apostólica e depois Vicariato do Kuwait). Desde a morte do bispo Dom Camillo
Ballin, M.C.C.I. em 2020 a sede está vacante e atualmente é confiada a um
administrador apostólico na pessoa de Dom Paul Hinder, O.F.M. Cap., até abril
de 2022 Vigário Apostólico da Arábia do Sul. Os dois Vicariatos são membros da
Conferência dos Bispos Latinos para a Região Árabe (CELRA). Atualmente, cerca
de 20 sacerdotes servem no Vicariato da Arábia do Norte, muitos deles
capuchinhos, assistidos por religiosos e religiosas de outras congregações. O
trabalho da Igreja local limita-se às atividades pastorais e a algumas
iniciativas caritativas realizadas por grupos e associações paroquiais. Além de
uma escola, a Igreja Católica não administra nenhuma atividade educacional ou
instalações de saúde.
Segundo dados de 2020, o Bahrein tem uma superfície
de 678 km² e uma população de cerca 1.472.000 habitantes. Os católicos são
cerca de 161 mil, ou seja, 10,93 a cada 100 habitantes. Há 1 Circunscrição
Eclesiástica e duas paróquias.
O rebanho católico é pastoreado e acompanhado por
um bispo, 13 sacerdotes diocesanos, 7 sacerdotes religiosos, 1 religioso não
sacerdote, 7 religiosas professas e 89 catequistas. Atualmente há 1 seminarista
maior.
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