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É TEMPO DE ADVENTO
Dom
Rodolfo Luís Weber
Arcebispo de Passo Fundo (RS)
Este
domingo abre o tempo do Advento. Dois temas são centrais no tempo preparatório
para a o Natal: a celebração da primeira vinda de Jesus Cristo no Natal e o
anúncio da sua segunda vinda. No tempo presente os cristãos são convidados a
acolherem nos acontecimentos diários da história pessoal e comunitária as
vindas e manifestações de Deus. O Advento é um tempo a ser vivido na
vigilância, conforme os textos bíblicos da liturgia Isaías 2,1-5, Salmo 121,
Romanos 13,11-14 e Mateus 24,37-44). Também é um tempo a ser vivido na virtude
teologal da esperança pois Deus realiza maravilhas em favor de seu povo.
A
vinda de Deus em direção aos homens é uma constante na história que começa na
criação e vai até a parusia. O primeiro movimento é sempre de Deus, tanto que é
Ele é definido como “Aquele que vem”. Por isto, o Advento convida-nos a andar
ao seu encontro e deixar-se encontrar por Ele. A admoestação de São Paulo aos
romanos elucida como deve-se ser feito este caminho de aproximação. “Já é hora
de despertar” (…) a noite já vai adiantada, o dia vem chegando: despojemo-nos
das ações das trevas e vistamos as armas da luz. Procedamos honestamente, como
em pleno dia (…), revesti-vos do Senhor Jesus Cristo”. Vigiar é não se deixar
tomar pela distração, pela superficialidade, pelo desencorajamento, mas viver
preocupado consigo, com o próximo e com o mundo. Portanto, a vigilância
permite perceber a presença da Deus nas mais variadas situações da vida pessoal
e social.
O
Advento é tempo de esperança. “Na esperança é que fomos salvos”, diz São Paulo
aos romanos 8, 24. A grande esperança é Deus que abraça o universo e nos pode
propor aquilo, que sozinhos, não podemos conseguir. O Advento é tempo favorável
para a redescoberta da esperança, não aquela vaga e ilusória, mas certa e
confiável, porque está fundamentada em Jesus Cristo, sendo Deus assumiu a vida
humana.
A
liberdade humana permite dizer “sim” ou “não” a Deus. O ser humano pode apagar
a esperança eliminando do seu horizonte a presença de Deus para viver somente
por si mesmo. Como Deus conhece os humanos, não cesse de buscá-los e bater à
sua porta, como um humilde peregrino em busca de hospedagem como aconteceu em
Belém. Através da Igreja Deus fala à humanidade e se aproxima dela. A liturgia
do Advento é a resposta da Igreja para despertar no mundo o desejo de
Deus.
A
esperança cristã chama-se “teologal” porque Deus é a sua fonte, o seu ponto de
apoio e o seu fim. A esperança está relacionada com a fé. Cremos no Deus que
veio habitar entre nós, no Deus misericordioso e bondoso, na morte e
ressurreição de Jesus na qual revelou uma esperança inabalável que nem a morte
pode derrubar, porque a vida de quem se entrega a Deus abre-se à perspectiva da
eternidade. Por isso a grande esperança, a plena e definitiva, é garantida por
Deus, que é Amor, que nos visitou. É em Cristo que esperamos. É Ele que
aguardamos no Natal.
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