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domingo, 6 de novembro de 2022

Reflexão para o XXXII Domingo do Tempo Comum - Ano C

Evangelho do domingo  (@ BAV Vat. lat. 39, f. 67v)

Os que passam pela morte ganham a filiação da Vida, de Deus, e alcançam a vida plena, sem limites, porque são filhos de Deus, da imortalidade e da plenitude do Amor.

Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News

A Liturgia deste domingo diz que podemos viver como ressuscitados, apesar dos sofrimentos cotidianos.

Temos uma vida e a amamos muito, mesmo vivendo em situações difíceis. É bom viver!

Contudo, tendo uma vida feliz, realizada, ou ao contrário, uma vida infeliz, ela inevitavelmente terminará um dia. E aí? Diz um ditado: “Não há mal que sempre dure, nem bem que nunca se acabe”, tanto a alegria e o prazer, após terem sido vividos, são como nada. Apenas permanecem na lembrança.

Do mesmo modo, a dor, a angústia, o sofrimento, após sua vivência pelo homem, é como se nada houvesse ocorrido, apenas fica a memória. Embora saibamos que em alguns casos as recordações – positivas ou negativas – podem deixar marcas indeléveis.

E nossa vida, em todo o seu contexto, será levada ao nada?

Alguns pensadores dizem que o homem é o ser-para-o-nada.

Mas, o que diz a Sagrada Escritura?

A primeira leitura da liturgia deste XXXII Domingo do Tempo Comum, nos fala em ressurreição, mas não como a entendemos a partir de Jesus, mas como revivificação, uma continuação bastante melhorada desta vida e apenas para os justos, não para todos os homens.

No Evangelho encontramos um grupo de judeus ricos, os saduceus que negavam a ressurreição. Eles colocam uma pergunta que só faz sentido se, de fato, após a morte tivermos uma revivificação, uma continuação desta vida, tal como ela é, e não a ressurreição como professamos no Credo.

Jesus nos diz que os que passam desta vida para a eternidade são filhos de Deus, porque ressuscitam. Os que atravessaram a morte ganharam a filiação da Vida. Deus é vida e, por isso, terão a vida plena, sem limites. São filhos de Deus, da imortalidade, da plenitude do Amor.

Portanto, o modo como vivemos, como enfrentamos as coisas boas e difíceis desta vida, demonstrará nossa fé na ressurreição.

Será como uma nova gestação em que é gerado o homem espiritual, aquele que nascerá de acordo com a imagem de Deus, e, por isso, sua casa será a do Pai.

Desde agora podemos viver como ressuscitados, nos diz São Paulo na segunda leitura. Apesar dos sofrimentos cotidianos, resistamos a eles e peçamos ao Senhor que nos confirme na consolação eterna e na feliz esperança da vitória plena de Cristo.

Existe outro dito brasileiro que possui um espírito bastante cristão, no sentido de enfrentar as dificuldades e crer na mudança que sucederá aos sofrimentos: “Enfrente as quedas, não desanime, levante, sacode a poeira, dê a volta por cima!”

E para concluir com a Bíblia, podemos recordar o que nos diz o Salmo 30, 6: “O choro pode durar uma noite, mas a alegria virá ao amanhecer”.

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF