Evangelho do domingo (@ BAV Vat. lat. 39, f. 67v) |
Os
que passam pela morte ganham a filiação da Vida, de Deus, e alcançam a vida
plena, sem limites, porque são filhos de Deus, da imortalidade e da plenitude
do Amor.
Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News
A Liturgia deste domingo diz que podemos viver como
ressuscitados, apesar dos sofrimentos cotidianos.
Temos uma vida e a amamos muito, mesmo vivendo em
situações difíceis. É bom viver!
Contudo, tendo uma vida feliz, realizada, ou ao
contrário, uma vida infeliz, ela inevitavelmente terminará um dia. E aí? Diz um
ditado: “Não há mal que sempre dure, nem bem que nunca se acabe”, tanto a
alegria e o prazer, após terem sido vividos, são como nada. Apenas permanecem
na lembrança.
Do mesmo modo, a dor, a angústia, o sofrimento,
após sua vivência pelo homem, é como se nada houvesse ocorrido, apenas fica a
memória. Embora saibamos que em alguns casos as recordações – positivas ou
negativas – podem deixar marcas indeléveis.
E nossa vida, em todo o seu contexto, será levada
ao nada?
Alguns pensadores dizem que o homem é o
ser-para-o-nada.
Mas, o que diz a Sagrada Escritura?
A primeira leitura da liturgia deste XXXII Domingo
do Tempo Comum, nos fala em ressurreição, mas não como a entendemos a partir de
Jesus, mas como revivificação, uma continuação bastante melhorada desta vida e
apenas para os justos, não para todos os homens.
No Evangelho encontramos um grupo de judeus ricos,
os saduceus que negavam a ressurreição. Eles colocam uma pergunta que só faz
sentido se, de fato, após a morte tivermos uma revivificação, uma continuação
desta vida, tal como ela é, e não a ressurreição como professamos no Credo.
Jesus nos diz que os que passam desta vida para a
eternidade são filhos de Deus, porque ressuscitam. Os que atravessaram a morte
ganharam a filiação da Vida. Deus é vida e, por isso, terão a vida plena, sem
limites. São filhos de Deus, da imortalidade, da plenitude do Amor.
Portanto, o modo como vivemos, como enfrentamos as
coisas boas e difíceis desta vida, demonstrará nossa fé na ressurreição.
Será como uma nova gestação em que é gerado o homem
espiritual, aquele que nascerá de acordo com a imagem de Deus, e, por isso, sua
casa será a do Pai.
Desde agora podemos viver como ressuscitados, nos
diz São Paulo na segunda leitura. Apesar dos sofrimentos cotidianos, resistamos
a eles e peçamos ao Senhor que nos confirme na consolação eterna e na feliz
esperança da vitória plena de Cristo.
Existe outro dito brasileiro que possui um espírito
bastante cristão, no sentido de enfrentar as dificuldades e crer na mudança que
sucederá aos sofrimentos: “Enfrente as quedas, não desanime, levante, sacode a
poeira, dê a volta por cima!”
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