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Séculos antes que Jesus aparecesse a Santa Margarida Maria Alacoque, ela já teve experiências místicas com o Seu Sagrado Coração.
Na Igreja, são chamadas de “místicas” as pessoas que recebem de Deus o extraordinário privilégio de uma relação profunda, direta e sensível com Ele, que lhes transmite mensagens e revelações e lhes concede graças de especialíssimo fervor na vida de oração (embora, com frequência, permeado por fases de drástica aridez espiritual como provação na fé). Há também casos de místicos agraciados com dons sobrenaturais visíveis como a levitação, a bilocação, os estigmas da Paixão de Cristo, entre outros.
Não há uma “definição formal” na Igreja sobre as pessoas místicas, mas o Catecismo nos esclarece, nos seguintes números sobre a santidade cristã, que a “mística” é, basicamente, a união cada vez mais íntima com Cristo:
2014. O progresso espiritual tende para a união cada vez mais íntima com Cristo. Esta união chama-se «mística», porque participa no mistério de Cristo pelos sacramentos – «os santos mistérios» – e, n’Ele, no mistério da Santíssima Trindade. Deus chama-nos todos a esta íntima união com Ele, mesmo que graças especiais ou sinais extraordinários desta vida mística somente a alguns sejam concedidos, para manifestar o dom gratuito feito a todos. 2015. O caminho desta perfeição passa pela cruz. Não há santidade sem renúncia e combate espiritual. O progresso espiritual implica a ascese e a mortificação, que conduzem gradualmente a viver na paz e na alegria das bem-aventuranças: «Aquele que sobe, nunca mais pára de ir de princípio em princípio, por princípios que não têm fim. Aquele que sobe nunca mais deixa de desejar aquilo que já conhece».
A padroeira dos místicos cristãos
A Igreja também venera uma santa considerada padroeira das pessoas místicas: Santa Gertrudes, vidente do Sagrado Coração de Jesus, cuja festa litúrgica é celebrada em 16 de novembro.
VIDA RELIGIOSA – Nascida na Alemanha em 6 de janeiro de 1256, ela foi enviada aos 5 anos de idade para estudar no mosteiro beneditino de Helfta, onde sua irmã, Santa Matilde, foi abadessa e sua professora. Após tomar o hábito, na adolescência, ela se tornou amiga de Santa Matilde de Hackeborn, que, assim como ela própria, também era especial devota do Sagrado Coração de Jesus.
SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS – Aliás, muitos séculos antes que Jesus aparecesse a Santa Margarida Maria Alacoque, Santa Gertrudes já teve experiências místicas com o Seu Sagrado Coração. A religiosa de comunhão frequente e vívida devoção a São José teria chegado, em duas visões, a reclinar a cabeça sobre o peito de Jesus, ouvindo as batidas do Seu Coração. Em outra visão, Santa Gertrudes perguntou a São João Evangelista, que também reclinara a cabeça junto ao Coração de Cristo durante a Última Ceia, por que ele não tinha escrito nada sobre o Coração de Jesus. O Apóstolo respondeu que a revelação do Sagrado Coração de Jesus estava reservada para tempos posteriores, quando a frieza do mundo viesse a precisar de modo especial de um reavivamento no amor.
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