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quinta-feira, 10 de novembro de 2022

São Leão Magno enfrenta Átila

Guadium Press
O Papa São Leão I combateu heresias e enfrentou reis de povos bárbaros que devastavam o Império Romano, no século V. Tal foi o esplendor de seus ensinamentos e de sua luta, que recebeu o título de Magno.

Redação (16/08/2021 11:52Gaudium PressPouco se sabe sobre suas origens. Nasceu na Toscana, Itália, cerca do ano 390, tornou-se clérigo e foi escolhido pelo Papa São Sisto III como seu assessor.

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Em 440, tendo havido na Gália, atual França, um grave conflito entre Aécio – general que gozava de enorme prestígio no Império do Ocidente – e o prefeito romano daquela região, a Imperatriz Gala Placídia recorreu a São Sisto III, o qual enviou para lá São Leão a fim de solucionar o problema.

Entretanto, São Sisto faleceu poucos meses depois e foi eleito para sucedê-lo São Leão, que ainda se encontrava na Gália.  Regressou ele a Roma, assumiu o papado e escolheu como conselheiro São Pedro Crisólogo, o qual posteriormente foi declarado Doutor da Igreja; devido a seu elevado dom da oratória, recebeu o sobrenome “Crisólogo” que significa “palavra de ouro”.

Os Impérios do Ocidente e do Oriente eram assolados pelas heresias de Nestório e de Eutiques. São Leão mobilizou não só o clero e os leigos para combatê-las, mas também os imperadores: Teodósio II, Santa Pulquéria, Marciano e Leão o Trácio, do Oriente; Gala Placídia e Valentiniano III, do Ocidente.

Prestou apoio a São Turíbio, Bispo de Astorga, na Espanha, para combater Prisciliano, o qual negava a Santíssima Trindade e atribuía ao demônio a formação dos corpos humanos.  Essa heresia gnóstica propugnava, no fundo, a ruína da Igreja e da ordem temporal.

Átila, rei dos hunos, marcha em direção a Roma…

São Leão enfrentou também os bárbaros que devastavam diversas regiões do Império. Em 452, Átila, rei dos hunos, põe-se em marcha com suas tropas em direção a Roma a fim de conquistá-la.

Amiano Marcelino (330-395), oficial do exército romano e historiador, escreve que os hunos tinham fisionomias horríveis, usavam casacos de pele de ratos selvagens que só trocavam quando caíam aos pedaços. Comiam, bebiam e dormiam sobre seus cavalos. Alimentavam-se de raízes de plantas e carnes “cozidas” entre suas pernas e o dorso dos equinos. Não trabalhavam nem possuíam casas. Levavam uma vida perpetuamente errante.

Após conquistar Venécia e Ligúria – Norte da Itália –, Átila se aproximava de Roma. Mas São Leão Magno, cheio de Fé e confiança em Deus, foi ao seu encontro.

… que estava sem soldados e sem armas

Escreve Dr. Plinio Corrêa de Oliveira:

“A figura do famoso chefe huno passou para a História e para a lenda como a personificação da força destruidora no auge de seu ímpeto, de sua universalidade, de sua invencibilidade.

“Ao que se conta, ele mesmo se intitulava ‘flagelo de Deus’, e se jactava de uma tal força de destruição que nem a erva renascia sob as patas de seu cavalo.

“Invadindo a Europa já destroçara todas as linhas de defesa do Império romano cristianizado. A conquista de Roma representava para ele a derrota do mundo civilizado.

“A capital da Cristandade estava sem soldados, sem armas, sem defesa. Nesta situação trágica, o Papa São Leão I saiu ao encontro do rei huno, seguido apenas de pequena comitiva, e confiando unicamente na Providência Divina.

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“Segundo documentos antigos, Átila, ao se acercar do Santo Pontífice, percebeu no céu os vultos de São Pedro e São Paulo que, com expressão terrível, lhe ordenaram que retrocedesse.

“Obedeceu-lhes o ‘flagelo de Deus’. Roma estava salva. Em face de Átila, São Leão I passou a encarnar para todos os séculos vindouros a virtude da confiança, pela qual o fiel, mesmo nas situações mais extremas, não perde o alento e continua a lutar, esperando tranquilamente em Deus”.

Genserico, rei dos vândalos, invade Roma

Átila se retirou para outras regiões e morreu em 454. Nesse mesmo ano, o Imperador Valentiniano III – homem fraco e invejoso – matou com um punhal o General Aécio. No ano seguinte ele mesmo foi assassinado, e o trono passou às mãos de um Senador chamado Máximo.

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Mas os bárbaros não cessavam de invadir e saquear regiões do Império. Genserico, rei dos vândalos, havia tomado Cartago, Sicília, ilhas Baleares, Sardenha, Córsega e Malta.   Em 442, através de um tratado, Valentiniano III lhe cedera metade da África romana.

Em 455, ele chegou à foz do Tibre. Quase todos os habitantes de Roma fugiram. Máximo foi assassinado por soldados no momento em que se preparava para escapar.

São Leão Magno, acompanhado pelo clero, foi ao encontro de Genserico e obteve deste a promessa de que não queimaria a cidade nem mataria seus habitantes.

Ele saqueou Roma durante 14 dias, mas o morticínio e o incêndio foram evitados. Levou milhares de prisioneiros, entre os quais a Imperatriz Licínia Eudóxia, viúva de Valentino III, e suas duas filhas.

Em 461, após 21 anos de pontificado, São Leão morreu. Posteriormente, recebeu o título de Doutor da Igreja.

O que ele diria das heresias hoje difundidas?

A respeito desse grande guerreiro de Deus, comentou Dr. Plinio:

“São Leão Magno foi um dos maiores papas que a História registra. Lutou em seu pontificado contra numerosas heresias que então agitavam a Igreja.

“Com a autoridade de Papa aliada à qualidade de Santo, cuja santidade foi confirmada por um dos maiores milagres da História da Igreja – a vitória sobre Átila e suas tropas que pretendiam invadir Roma –, fez sermões advertindo o povo contra os hereges, exortando-o a denunciá-los aos sacerdotes e vigários, para sofrerem as penas canônicas e, eventualmente, também as temporais. Portanto, ele praticou uma virtude que hoje seria muito pouco apreciada, por ser oposta ao ecumenismo mal compreendido.

“O que diria São Leão Magno diante das heresias soltas em nossos dias?

“Peçamos a ele que reacenda na Igreja esse espírito de discernimento, de intransigência e de luta, que seria suficiente para evitar ao mundo os terríveis castigos pelos quais inevitavelmente vai passar, se não se converter. Que ao raiar a aurora do Reino de Maria esse espírito esteja imensamente aceso e dure até o fim dos tempos.”

Por Paulo Francisco Martos

Fonte: https://gaudiumpress.org/

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF