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“Confiai para
sempre no Senhor: pois o Senhor é uma rocha eterna.”(Is 26,4) | Palavra de Vida
Dezembro 2022
Confira a Palavra de Vida de dezembro 2022 nos formatos texto, podcast,
vídeo e baixe agora o PDF.
por Letizia Magri publicado em 28/11/2022
A Palavra de
Vida que queremos viver neste mês se encontra no Livro do profeta Isaías,
um texto amplo e rico, muito precioso também para a tradição cristã. De fato,
contém páginas muito apreciadas, como o anúncio do Emanuel, “o Deus conosco”1,
ou ainda, a figura do servo sofredor2,
usado como pano de fundo nos relatos sobre a paixão e morte de Jesus.
Este versículo faz
parte de um cântico de ação de graças que o profeta põe na boca do povo de
Israel quando, superada a terrível prova do exílio, finalmente retornaria a
Jerusalém. Tais palavras abrem os corações à esperança, porque a presença de
Deus ao lado de Israel é fiel, inabalável como a rocha; Ele mesmo apoiará todos
os esforços do povo na reconstrução civil, política e religiosa.
Enquanto a cidade
que se considera “cidadela inacessível” será humilhada até o chão3, porque não
foi construída de acordo com o plano de amor de Deus, aquela que foi construída
sobre a rocha da sua proximidade gozará de paz e prosperidade.
“Confiai para
sempre no Senhor: pois o Senhor é uma rocha eterna.”
Como é atual essa
exigência de estabilidade e de paz! Também nós, pessoal e coletivamente,
estamos passando por momentos sombrios da história, que ameaçam nos esmagar sob
o peso da incerteza e do medo pelo futuro.
O que fazer para
vencer a tentação de nos deixarmos abater pelas dificuldades do presente, de
nos fecharmos em nós mesmos e cultivarmos sentimentos de suspeita e
desconfiança em relação aos outros?
Como cristãos, a
resposta é certamente “reconstruir”, corajosamente, antes de tudo a relação de
confiança com Deus que, em Jesus, se fez nosso próximo pelos caminhos da vida,
mesmo nos mais escuros, estreitos, tortuosos e íngremes.
Mas esta fé não
significa permanecer em uma espera passiva. Pelo contrário, exige que
“coloquemos as mãos na massa”, para sermos protagonistas criativos e
responsáveis na construção de uma “cidade nova”, fundamentada no mandamento do
amor recíproco. Uma cidade de portas abertas, que acolhe a todos, especialmente
“os indigentes e os pobres4”, desde sempre os prediletos do Senhor.
E nesta caminhada
temos a certeza de encontrar como companheiros muitos homens e mulheres que
cultivam em seus corações os valores universais da solidariedade e da
dignidade de cada pessoa, no respeito à Criação, nossa “casa comum”.
“Confiai para sempre
no Senhor: pois o Senhor é uma rocha eterna.”
Na aldeia espanhola
de Aljucer, toda uma comunidade está empenhada em construir relações de
fraternidade por meio de formas de participação aberta e inclusiva.
Eles mesmos nos
contam: No verão de 2008, criamos uma associação cultural com o objetivo
de realizar vários tipos de atividades, tanto por nossa iniciativa quanto em
colaboração com outras associações locais, para promover espaços de diálogo e
projetos humanitários internacionais.
Por
exemplo, desde o primeiro ano promovemos um jantar de solidariedade para o
projeto Fraternity with Africa (Fraternidade com a África), a fim de financiar
bolsas de estudo para jovens africanos que se comprometam a trabalhar em seu
próprio país durante pelo menos cinco anos. São jantares que reúnem cerca de
duzentas pessoas e contam com a colaboração de comerciantes e associações.
Estamos
muito felizes por trabalhar também há vários anos com outra associação. Juntos
organizamos um evento anual, aberto a personalidades do mundo da cultura,
música, pintura e literatura, mas também a expoentes do mundo da política, da
economia e da medicina. Para todos eles é uma oportunidade de compartilhar suas
experiências de vida e as motivações mais profundas de suas escolhas.5
“Confiai para
sempre no Senhor: pois o Senhor é uma rocha eterna.”
Estamos perto do
Natal. Preparemo-nos para essa festa, acolhendo desde já Jesus na sua Palavra.
Ela é a rocha sobre
a qual construímos também a cidade dos homens: Vamos
encarná-la, assumi-la como nossa. Experimentemos quanta potência de vida ela
irradia em nós e ao nosso redor quando a vivemos. Apaixonemo-nos pelo Evangelho
até o ponto de nos deixarmos transformar nele e de transbordá-lo sobre os
outros. […] Não seremos mais nós a
viver: Cristo tomará forma em nós. Tocaremos com as próprias mãos o quanto
ficaremos livres de nós mesmos, dos nossos limites, das nossas escravidões. E
não é só: veremos explodir a revolução de amor que Jesus, livre para viver em
nós, provocará no ambiente social no qual estamos imersos.6
1) Cf. Is 7,14 e Mt 1,23.
2) Cf. Is 52,13-53,12.
3) Cf. Is 26,5.
4) Cf. Is 26,6.
5) Experiência
extraída do site www.focolare.org.
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