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NINGUÉM SE SALVA SOZINHO! – PAPA FRANCISCO
Dom
Carlos José
Bispo
da Diocese de Apucarana – Paraná
“O Senhor falou a
Moisés, dizendo: “Fala a Aarão e a seus filhos: Ao abençoar os filhos de
Israel, dizei-lhes: ‘O Senhor te abençoe e te guarde! O Senhor faça brilhar
sobre ti a sua face, e se compadeça de ti! O Senhor volte para ti o seu rosto e
te dê a paz! ’ Assim invocarão o meu nome sobre os filhos de Israel, e eu os
abençoarei” (Nm 6,22-27).
Abençoados por Deus que nos enviou seu Filho, o Príncipe da Paz,
vivenciamos o Santo Natal na alegre certeza de que tudo se renova em Cristo e
com Cristo, o Senhor do Universo e Redentor da humanidade. O Natal é a certeza
de que Deus está presente no meio de nós, sempre e em todas as situações.
A beleza das festividades natalinas, dos abraços e dos encontros não
podem se limitar a momentos apenas, mas devem ser realmente um novo modelo de
vida, um broto de esperança que levem a caminhos inéditos que gerem renovadas
posturas diante do mundo atual.
“Juntos, ninguém pode salvar-se sozinho”, com esse apelo marcante, o
Papa Francisco, com imensa sabedoria, em sua mensagem para a Celebração do 56º
Dia Mundial da Paz, a realizar-se em 01 de janeiro de 2023, exorta o povo de
Deus a um recomeço, não cada um por si mesmo, mas unidos com um mesmo objetivo
que busca um bem maior, pois é nítido que separados, com individualismo, nada
se constrói.
A humanidade grita por socorro, clama por paz. São Paulo nos adverte
constantemente sobre a vigilância, o agir e se transformar enquanto há tempo,
pois, “Com efeito, vós próprios sabeis perfeitamente que o Dia do Senhor chega
de noite como um ladrão” (I Ts 5,1-2). Essa verdade incontestável sobre a qual
nos fala o Apóstolo Paulo, deveria ser o nosso despertar para a mudança tão
necessária.
O Papa Francisco não se cansa de nos lembrar dos efeitos devastadores
causados pela Pandemia que, além das dolorosas perdas humanas, causou e
continua causando grandes problemas nas estruturas humanitárias e sociais mundo
afora. Sabemos que a Pandemia gerou desgastes irreparáveis, porém, notamos que
houve uma mobilização mundial para que se estancasse o mais rápido possível as
causas e se amenizasse seus efeitos; houve um despertar de consciência sobre o
cuidar uns dos outros, sobre a responsabilidade que temos sobre a vida do
próximo, mesmo que desconhecido, e pudemos perceber que ‘juntos’ é mais fácil superar
as situações.
Está mais que na hora de repensarmos atitudes, omissões e posturas. A
paz deve ser construída pensando no todo e não apenas naquilo que me cai bem ou
me interessa, mas o coletivo é o que importa. A vigilância deve ser constante,
assim como constante deve ser nosso empenho na construção do bem comum. Se
realmente aprendemos algo com a vivência do Natal, a hora é agora de colocarmos
em prática o nosso sim diante do desejo de Deus de que façamos parte de seu
plano de amor e salvação, e esse plano não inclui desavenças, conflitos e
guerras. É um plano harmônico onde todos possam viver de forma a usufruir os
bens que a Casa Comum oferece.
Temos o mais belo exemplo de aceitação da vontade Divina bem diante de
nossos olhos e coração. Nesse primeiro domingo de 2023 a Santa Igreja celebra
Santa Maria, Mãe de Deus, a Mulher do Sim e da entrega absoluta de sua vida ao
Pai e à humanidade. A Virgem Maria não titubeou ao deixar seus próprios sonhos
de lado para passar a viver os desejos do Pai e assim, dar-se a si mesma como
Sacrário Vivo para que o Filho Unigênito, o Príncipe da Paz fosse gerado para
nossa salvação. Do ventre puríssimo da Santa Mãe de Deus brotou a Vida Nova, o
sentido de todas as coisas se fez novo e a Luz inundou todas as trevas, de ontem,
de hoje e de amanhã.
A paz só se torna possível quando deixamos o egoísmo e olhamos para a
necessidade do próximo e o ajudarmos, quando o abraço, a partilha, o perdão e o
cuidado forem mais importantes que os bens materiais e consumo exagerado, aí a
paz será mais viável.
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