O Pontífice com o Patriarca de Constantinopla em imagem de arquivo, no Vaticano (2021) (Vatican Media) |
Francisco
envia mensagem ao Patriarca Ecumênico, por ocasião da festa de Santo André
nesta quarta-feira (30), recordando o santo padroeiro da Igreja de
Constantinopla e irmão de Pedro. Ao final da Audiência Geral, o Papa também
saudou Bartolomeu I, rezou pela unidade da Igreja e por um mundo sem guerras.
Andressa Collet - Vatican News
Já é tradição neste 30 de novembro, por ocasião da
festa litúrgica do Apóstolo André, o Papa Francisco se dirigir à Igreja em
Constantinopla que tem como padroeiro justamente "o primeiro chamado,
irmão de Pedro". Em mensagem enviada nesta quarta (30) a Bartolomeu I, o Pontífice
exortou o compromisso mútuo pelo "pleno restabelecimento da comunhão"
entre os cristãos, através de "um exame comum" caracterizado não pela
polêmica, mas pelo diálogo inter-religioso.
O compromisso de todo cristão
Já no início da mensagem, o Papa recordou que
"mais uma vez" está sendo representado nas celebrações de Santo André
em Fanar, em Instambul, por uma delegação da Igreja de Roma. Francisco, assim,
enviou "sinceras orações" e assegurou o "afeto fraterno" do
Pontífice ao Patriarca Ecumênico e à Igreja confiada a seus cuidados que
participa da Divina Liturgia na Igreja Patriarcal de São Jorge. Um encontro,
entre as duas Igrejas - de Roma e de Constantinopla -, disse o Pontífice, que
expressa "a profundidade dos laços que nos unem e um sinal visível da
esperança que alimentamos de uma comunhão cada vez mais profunda":
"O pleno restabelecimento da comunhão entre
todos os que acreditam em Jesus Cristo é um compromisso irrevogável para cada
cristão, já que a "unidade de todos" (cf. Liturgia de São João
Crisóstomo) não é apenas a vontade de Deus, mas também uma prioridade urgente
no mundo atual. De fato, o mundo de hoje está precisando muito de
reconciliação, fraternidade e unidade. A Igreja, portanto, deveria brilhar como
"sinal e instrumento da união íntima com Deus e da unidade de toda a raça
humana" (Lumen gentium, n. 1)."
Os caminhos para a unidade
Uma atenção, reforçou o Papa em mensagem a
Bartolomeu I, que precisa continuar a ser dada devido às razões históricas e
teológicas que estão na origem das divisões das duas Igrejas que, graças a Deus
e "à oração e à caridade fraterna", não estão resignadas a
experiências passadas e presentes para que, no tempo de Deus, possam permitir
de "nos reunir em torno da mesma mesa eucarística". Francisco chamou
de "um exame comum" que deve ser desenvolvido num espírito que não
seja "polêmico e nem apologético, mas caracterizado por um diálogo
genuíno e abertura recíproca":
"Devemos também reconhecer que as divisões são
o resultado de ações e atitudes lamentáveis que impedem a ação do Espírito
Santo, que guia os fiéis à unidade na diversidade legítima. Daqui decorre que
somente o crescimento em santidade de vida pode levar a uma unidade autêntica e
duradoura. Somos, portanto, chamados a trabalhar pelo restabelecimento da
unidade entre os cristãos não apenas através de acordos assinados, mas também
através da fidelidade à vontade do Pai e do discernimento dos sussurros do
Espírito."
Ao caminhar em direção a esse objetivo, acrescentou
o Papa, já existem muitas áreas onde a Igreja Católica e o Patriarcado Ecumênico
estão trabalhando juntos. Uma delas e "a mais fecunda dessa cooperação, é
o diálogo inter-religioso", ao recordar com gratidão na mensagem, o
recente encontro no Reino do Bahrein, por ocasião do fórum sobre o tema. E
Francisco finalizou, escrevendo:
"O diálogo e o encontro são o único caminho
para superar os conflitos e todas as formas de violência. A esse respeito,
confio à misericórdia de Deus Todo-Poderoso aqueles que perderam a vida ou
ficaram feridos no recente ataque na sua cidade, e rezo para que Ele converta
os corações daqueles que promovem ou apoiam essas más ações."
A saudação na Audiência Geral
O Papa também fez menção à festa de Santo André ao
final da Audiência Geral desta quarta-feira (30), na Praça São Pedro, quando
novamente recordou que uma delegação da Santa Sé participa das celebrações na
Turquia:
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