O encontro de Papa Francisco no Vaticano no Dia Internacional das Pessoas com Deficiência | Vatican News |
Criar
e apoiar comunidades inclusivas para eliminar toda discriminação e satisfazer
concretamente a exigência de cada pessoa a sentir-se reconhecida. Cada vez que
a comunidade cristã transforma a indiferença em proximidade e a exclusão em
pertença, cumpre a sua missão profética, disse o Papa Francisco ao encontrar no
Vaticano um grupo de pessoas com deficiência.
Manoel Tavares - Cidade do Vaticano
O Santo Padre recebeu na manhã deste sábado, no
Vaticano, um grupo de pessoas com deficiência física e visual por ocasião do
“Dia Internacional das Pessoas com Deficiência”, celebrado neste dia 3 de
dezembro.
Em seu discurso, Francisco agradeceu a todos, mas
de modo particular às Igrejas comprometidas em manter viva a atenção em relação
às pessoas com deficiência, mediante uma ação pastoral ativa e inclusiva:
Promover o reconhecimento da dignidade de cada
pessoa é uma responsabilidade constante da Igreja. A sua missão é continuar, no
tempo, a proximidade de Jesus a todo homem e mulher, sobretudo os mais frágeis
e vulneráveis.
Acolher as pessoas com deficiência e responder às
suas necessidades, disse o Papa, é um dever das comunidades civis e eclesiais,
porque uma pessoa, apesar de ter sua mente ou suas capacidades sensoriais e
intelectuais comprometidas, é plenamente humana, com direitos sagrados e
inalienáveis, próprios de todo ser humano.
Em sua vida terrena, recordou Francisco, Jesus
olhava nos olhos as pessoas que encontrava, com um olhar de ternura e
misericórdia, sobretudo os que eram excluídos da atenção dos poderosos e até
mesmo das autoridades religiosas de seu tempo. Por isso, cada vez que a
comunidade cristã transforma a indiferença em proximidade e a exclusão em
pertença – e esta é uma verdadeira conversão -, cumpre a sua missão profética:
De fato, não basta defender os direitos das
pessoas, mas é preciso agir para responder às suas necessidades existenciais,
nas suas várias dimensões, corporal, psíquica, social e espiritual. Cada homem
e cada mulher, seja qual for a condição em que se encontrem, são portadores não
só de direitos que devem ser reconhecidos e garantidos, mas também de
instâncias ainda mais profundas, como a necessidade de pertencer, de
relacionar-se e de cultivar a vida espiritual a ponto de experimentar e
bendizer ao Senhor por este dom maravilhoso e irrepetível.
Criar e apoiar comunidades inclusivas significa
eliminar todo tipo de discriminação, explicou Francisco: “Não existe inclusão,
de fato, se falta a experiência da fraternidade e da comunhão recíproca; não
existe inclusão caso se limitar apenas a um slogan, uma fórmula a ser usada em
discursos politicamente corretos, uma bandeira da qual apropriar-se. Não, não
há inclusão se falta uma conversão nas práticas da convivência e das relações”:
É preciso garantir às pessoas com deficiência o acesso
aos prédios e aos locais de encontros, tornar acessíveis as línguas e superar
barreiras físicas e preconceitos. Mas isto não é o suficiente. É preciso
promover uma espiritualidade de comunhão, para que todos se sintam parte de um
corpo, com sua personalidade irrepetível. Só assim cada um, com os seus limites
e talentos, se sentirá encorajado a fazer a sua parte para o bem de todo o
corpo eclesial e para o bem de toda a sociedade.
O Santo Padre concluiu seu discurso ao grupo de
pessoas com deficiência, fazendo votos de que “todas as comunidades cristãs
possam ser lugar de "pertença" e "inclusão" em sua ação
pastoral ordinária. Somente assim poderão ser críveis ao proclamar que o Senhor
ama todos, salva a todos e convida todos à mesa da vida, sem nenhuma exceção ou
exclusão.
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