Santa Crispina | Wikipedia |
Crispina nasceu de rica e nobre família em Tebaste
(ou Thagara, ou Thacora), cidade romana da Numídia, em
Taoura, Argélia, norte da África. Ali vivia no final do século III e início do
Século IV, casada e mãe de vários filhos. Não possuía boa saúde;
muito firme na Fé, era estimada carinhosamente pelos cristãos, que a procuravam pelos seus bons conselhos tanto em assuntos
religiosos quanto naturais.
Neste período eclodiu a décima perseguição do
imperador romano Dioclesiano aos cristãos. Sendo muito conhecida na
região, Crispina foi uma das primeiras a serem presas e levada a Theveste
(Tébessa) para julgamento pelo procônsul Gaius Annio Anullino.
Diante dele, ela se negou a adorar os deuses pagãos: – "Você quer viver muito ou morrer entre as
torturas como seus cúmplices [Júlio, Potamia, Félix, Grato e outros sete
cristãos]?".
"Se eu quisesse morrer, eu não deveria fazer
outra coisa que dar o meu consentimento aos demônios, deixando que a minha alma
se perdesse no fogo eterno".
Para humilhá-la, rasparam o seu cabelo, e Gaius a
atormentou de várias formas; mas nem diante do choro dos
seus próprios filhos ela negou a Deus. Humilhado, então, ficou Gaius, diante da
valentia de Crispina, e irritado decretou-lhe a morte por
decapitação de espada, diante do que a santa disse: "Louvado seja Deus que
me olhou de cima e me tirou de suas mãos".
Em cinco de dezembro de 305, a sentença foi
executada fora de Theveste, e neste local foi
posteriormente construída uma Basílica. Num dos seus sermões, Santo Agostinho,
que viveu no mesmo período, a compara com Santa Inês e Santa Tecla,
e o seu culto foi muito difundido na Antiguidade.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho
Reflexão:
“Crispina”, de etimologia alemã, significa “de
cabelo crespo”. [Infelizmente não pude apurar, caro leitor, se o nome desta
mártir era, portanto, este mesmo, ou se apenas um apelido]. Mas
providencialmente este fato permite uma breve e pertinente consideração.
Crespo, encaracolado, enrolado desde a raiz, é o modo característico da vida
humana desde o Pecado Original; o que não impede, pela infinita bondade de Deus
que nos concedeu a Redenção pela Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo, de
novamente nos reconciliarmos com Ele, a exemplo da firmeza e virtude exemplares
desta santa. A nós basta a humildade de reconhecer nossas limitações e, assim
conscientes delas, obedecermos a Deus, seguindo os Seus Mandamentos com o
auxílio indispensável dos Sacramentos que Ele nos deixou através da Santa
Igreja. Esta é a coerência ao mesmo tempo normal e indispensável a quem de
verdade é fiel a Deus, sem “reinterpretações” e subjetivismos interesseiros: só
assim receberemos a graça santificante que nos permite não adorar os demônios
ao invés do Senhor, ainda que para isso seja necessário morrer na carne. De
fato, as perseguições romanas aos cristãos se baseavam em que eles não
ofereciam sacrifícios aos deuses romanos, o que deveria trazer a sua
insatisfação e consequente castigo para o império…algo até lógico, e que seria
admirável se não fosse o fato de que tais “deuses” nada mais eram do que
fantasias criadas à imagem e semelhança dos homens pecadores, exatamente o
contrário da Verdade, pois somos nós os criados à Imagem e Semelhança de Deus,
por Sua bondade e nada mais! Tal inversão de ideias vem exatamente do diabo,
que nos quer perder e afastar de Deus, e que Santa Crispina denunciou claramente
no seu julgamento: ela se recusou a "sacrificar aos demônios",
resistindo às ameaças e punições para não "sujar sua própria alma com os
ídolos, que são feitos de pedra, fabricados pelo homem". Hoje também são
muitos os ídolos que o diabo propõe à Humanidade, particularmente através de
ideologias políticas que prometem um impossível e mal dimensionado e ilusório
“paraíso terrestre”, onde questões econômicas e administrativas são colocadas
acima de Deus e da salvação das almas. Só seremos “enrolados”, enganados, se o
quisermos e permitirmos; pois Cristo e os Seus santos já nos mostraram
claramente o caminho da Verdade e a disposição a seguir.
Oração:
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