Lumen Gentium | Vatican.va |
Da Constituição Dogmática Lumen Gentium sobre a Igreja, do
Concílio Vaticano II
(N.2.16)
(Séc.XX)
Eis que salvarei o meu povo
O
Pai eterno criou todo o universo por totalmente livre e secreto desígnio de sua
sabedoria e bondade. Decretou elevar os homens à participação da vida divina.
Quando caíram na pessoa de Adão, jamais os abandonou, oferecendo-lhes sempre os
auxílios para a salvação, em vista de Cristo, o Redentor, que é a imagem do
Deus invisível, o primogênito de toda criatura. Antes dos tempos, o Pai
conheceu todos os eleitos e os predestinou a se tornarem conformes à imagem de
seu Filho, para que este fosse o primogênito entre muitos irmãos.
Determinou,
pois, congregar na santa Igreja os que creem em Cristo. Desde a origem do mundo
foi a Igreja prefigurada. Admiravelmente preparada na história do povo de
Israel e na antiga Aliança, foi constituída agora, nestes tempos que são os
últimos, e manifestada pela efusão do Espírito. No fim dos tempos, será
gloriosamente consumada. Então, como se lê nos santos padres, todos os justos
desde Adão, do justo Abel até o último eleito, serão reunidos na Igreja
universal junto ao Pai.
Aqueles,
porém, que ainda não receberam o Evangelho, por diversos modos se ordenam ao
Povo de Deus.
Em
primeiro lugar, aquele povo a quem foram dados os testamentos e as promessas e
do qual nasceu Cristo segundo a carne. Por causa dos patriarcas, segundo a eleição,
é um povo caríssimo; pois os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis.
O
plano da salvação ainda abrange aqueles que reconhecem o Criador. Entre estes
destacam-se os muçulmanos que, professando manter a fé abraâmica, adoram
conosco o Deus único, misericordioso, juiz dos homens no último dia.
Deus
também não está longe dos outros homens, que procuram o Deus desconhecido em
sombras e imagens, porque é ele quem dá a todos a vida, a respiração e tudo o
mais. O Salvador quer que todos os homens se salvem.
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