Maternidade humana e divina | saosebastiaofabriciano |
Maria, Mãe de Deus
Nossa Senhora, Mãe de Jesus, foi especialmente
escolhida por Deus, desde a Eternidade, para tornar realidade a Encarnação de
Cristo, segundo o plano de salvação da
Humanidade que o Pai determinou, após o Pecado Original. Para assumir esta
divina maternidade, Maria foi concebida sem pecado,
pelo adiantamento dos méritos salvíficos da Paixão, Morte e Ascensão de Jesus.
Maria deveria conceber a pessoa humana do Cristo,
mas ao mesmo tempo permanecer virgem, pois, como é óbvio, nenhum homem poderia,
com Ela, gerar “naturalmente” Deus Encarnado: o ser humano não pode
“criar” Deus, ao contrário, é criado por Ele, à Sua imagem e semelhança, e
destinado a compartilhar infinitamente a vida íntima da Santíssima Trindade no
Paraíso Celeste, algo que Deus não ofereceu nem aos anjos (e é
exatamente por isso que a dignidade do ser humano é superior, sim, a de todas
as outras criaturas). É portanto milagrosa, através da ação do Espírito Santo,
a maternidade de Maria, que permaneceu sempre virgem, antes, durante e depois
do parto.
Esta Sua virgindade também é necessária, na ordem
da Graça, para que a Mãe de Jesus conservasse a pureza plena, igual à de Deus,
de corpo e de alma (embora, na ordem
natural, o sexo, no âmbito do legítimo matrimônio natural e católico, não seja,
de forma alguma, um “erro” ou “pecado”, ao contrário!, a união entre homem e
mulher, como explica São Paulo, é um grande e sublime mistério, comparável à
plena união de Cristo à Sua Igreja – cf. Ef 5,32).
São Lucas, no início do seu Evangelho, relata a
Anunciação feita à Maria, isto é, a aparição do arcanjo São Gabriel a Ela,
fazendo-Lhe a proposta de ser Mãe do Senhor. Este
aspecto é fundamental: Deus não forçou Maria, mas
ofereceu-Lhe participar do Seu plano por meio da maternidade divina. E Ela,
livremente, disse o Seu sim: “Fiat”, faça-se, “Eis aqui a
escrava do Senhor, faça-se em Mim segundo a Sua palavra” (Lc 1,38).
Neste instante, Maria concebeu Jesus no Seu ventre,
tornando-Se deste modo o primeiro sacrário da História. (Todos os batizados,
comungando em estado de graça, também somos igualmente sacrários vivos do
Senhor… porém Nossa Senhora jamais deixou de tê-Lo na sua alma e corpo,
enquanto nós, pelo pecado, muitas vezes perdemos a graça deste estado de união
plena com Deus, ao qual devemos voltar pela Confissão).
Jesus veio a nós por Maria, e desta maneira Deus
pôde realizar a obra da nossa salvação. Também por Ela, como afirma a Igreja,
devemos ir a Cristo; como explica São Luís Maria Grignon
de Montfot (“Tratado da Verdadeira Devoção à Virgem Maria”, livro obrigatório
para quem quer de fato conhecer e crescer na Fé católica), é só por Ela, e com
toda a lógica, que podemos chegar a Deus, uma vez que Ela é o caminho escolhido
para intermediar a materialização entre Deus e o Homem. A devoção sincera a Maria é sinal de predestinação à salvação,
como afirmam vários santos; não deixemos de amar e cultivar uma cada vez maior
proximidade com a nossa Mãe, pois todas as graças que Deus nos quer dar passam,
obrigatoriamente, pelas Suas mãos.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho
Reflexão:
A infinita sabedoria e doçura de Deus, que
providencia com perfeição mesmo os menores detalhes, nos trazem este caminho
que é Maria na obra da salvação, tanto sob o aspecto sobrenatural, com a
Encarnação de Jesus por obra do Espírito Santo numa virgem, como sob o aspecto
natural, pois os filhos têm necessariamente pai e mãe. Ora, Deus Pai é perfeito
e infinitamente bom, mas também é temível em Sua majestade divina: devemos a
Ele amor mas também temor e reverência. Já a figura da mãe é essencialmente
afeto, e por isso, normalmente, qualquer criança sabe que, para conseguir algo
do pai, pede por intercessão da mãe, que dele tudo consegue com paz e harmonia,
incluindo o perdão e as necessidades… Deus quis que tivéssemos também este
especial carinho materno e insuperável intercessão. Ele mesmo quer ser
“vencido” pelos rogos de Maria, Sua Filha predileta, Sua esposa, e Sua Mãe…
como Filho, em Jesus, não pode negar a Ela nenhum pedido legítimo, e em
particular o perdão de qualquer pecado, por mais horrendo que seja. Nunca
deixemos de recorrer ao amor e carinho de nossa divina Mãe!
Oração:
Fonte: https://www.a12.com/
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