Antonio Guillem|Shutterstock | Pedido de casamento |
Muitos casais vivem juntos antes do matrimônio, mas isso pode provocar muita dor e desgosto.
Há uma suposição geral – tão difundida que não precisa mais ser demonstrada – de que para se ter um casamento de qualidade e duradouro é preciso primeiro terminar a faculdade, iniciar uma carreira de sucesso e, depois, procurar um(a) parceiro(a) com as mesmas qualificações.
Apesar da facilidade do divórcio, o casamento ainda é visto sob a ótica da exclusividade, fidelidade e permanência. Como consequência, outra ideia se tornou amplamente compartilhada e promovida antes de se embarcar em um compromisso tão definitivo: fazer primeiro um “test drive” do relacionamento – um período de coabitação – para ver como funciona viver junto debaixo do mesmo teto.
Múltipla escolha é a pior escolha
Querendo ou não, tomamos emprestada essa abordagem do casamento de uma mentalidade de consumidor: antes de confirmar uma compra, preciso testar se o produto ou serviço atende às minhas expectativas. Mas a pesquisa sociológica mostra que esta não é a melhor estratégia quando se trata de casamento.
Mais parceiros, menos compromisso
A psicóloga Galena Rhoades, que estuda relacionamentos entre jovens adultos, argumenta:
“Geralmente pensamos que ter mais experiência é melhor. Mas o que descobrimos é que, no que diz respeito aos relacionamentos, é exatamente o oposto. Por exemplo, descobrimos que pessoas que já foram casadas antes, pessoas que viveram com o namorado ou a namorada antes e tiveram mais parceiros sexuais antes do casamento foram associadas a uma qualidade conjugal inferior posteriormente.”
Ela afirma que comparar constantemente as alternativas e ter experiências de rompimento em relacionamentos anteriores podem enfraquecer o compromisso conjugal.
O modelo antigo é o mais eficaz
O professor de sociologia e diretor do National Marriage Project (University of Virginia), W. Bradford Wilcox, juntamente com o demógrafo Lyman Stone, também mostraram em um estudo o quanto é mais eficiente o chamado modelo tradicional e tão depreciado do casamento.
Dan McLaughlin cita Wilcox na National Review:
“Muitos jovens adultos hoje acreditam que a coabitação também é um pilar de casamentos bem-sucedidos, uma das razões pelas quais mais de 70% dos que se casam hoje vivem juntos antes do casamento. Mas a sabedoria convencional aqui está errada: os casais americanos que vivem juntos antes do casamento têm menos probabilidade de ter um casamento feliz e mais probabilidade de se separarem. Casais que coabitavam tinham 15% mais chances de se divorciar do que aqueles que não o faziam, de acordo com nossa pesquisa. Um estudo de Stanford citou outra pesquisa que descobriu que a ligação entre coabitação e divórcio era especialmente forte para mulheres que moravam com alguém que não fosse seu futuro marido.”
Risco de divórcio
É uma crença comum entre os jovens que é muito mais conveniente casar por volta dos 30 anos se você quiser ter menos risco de divórcio. No entanto, o risco de divórcio é bastante reduzido para seus colegas de fé religiosa (não apenas o cristianismo), que geralmente se casam na faixa dos 20 anos. Wilcox afirma:
“A sabedoria convencional sustenta que passar os 20 anos focando em educação, trabalho e diversão, e depois casar por volta dos 30 é o melhor caminho para maximizar suas chances de forjar uma vida familiar forte e estável. Mas a pesquisa conta uma história diferente, pelo menos para casais religiosos. Guardar a coabitação para depois do casamento e dotar seu relacionamento de significado sagrado parece maximizar suas chances de ter um casamento estável e feliz.”
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