Papa Francisco embarcando no voo que o levará a Kinshasa | Vatican News |
Esta
é a primeira viagem internacional de Francisco em 2023. Um Pontífice assim,
retorna à República Democrática do Congo após 37 anos. Já o Sudão do Sul, o
país mais jovem do mundo desde a declaração de independência em 2011., pela
primeira vez receberá a visita de um Papa. "Uma bela viagem" para
levar "uma palavra de paz", disse o diretor da Sala de Imprensa do
Vaticano, Matteo Bruni, na coletiva de apresentação da viagem.
Vatican News
"Uma peregrinação ecumênica de paz”: assim o
Papa definiu no Angelus do
último domingo sua 40ª Viagem Apostólica, que o leva à República
Democrática do Congo e ao Sudão do Sul. O voo A 359/AZ² da Ita Airways decolou
às 8h29 do Aeroporto Fiumicino. O Santo Padre embarcou no avião que o leva à
Kinshasa, primeira etapa da viagem, em cadeira de rodas.
Ainda na manhã desta terça-feira, 31, antes de
deixar a Casa Santa Marta e dirigir-se ao aeroporto, Francisco encontrou-se com
uma dezena de migrantes e refugiados provenientes justamente da República
Democrática do Congo e do Sudão do Sul, acolhidos e apoiados, com suas
famílias, pelo Centro Astalli. Com eles estava o prefeito do Dicastério para a
Caridade, cardeal Konrad Krajewski.
Ao chegar ao aeroporto de Fiumicino, o carro do
Santo Padre parou brevemente na proximidade do Monumento aos Caídos de Kindu,
os 13 aviadores italianos mortos no Congo em 11 de novembro de 1961. Às vítimas
daquele sangrento massacre e a todos aqueles que perderam a vida participando
nas missões humanitárias e de paz, o Papa Francisco dedicou uma oração, e
depois seguiu em direção ao avião.
Papa em oração diante do Monumento aos Caídos | Vatican News |
Ecumenismo de testemunho
Nesta 40ª viagem internacional, que se realiza a
partir deste 31 de janeiro até 5 de fevereiro, levará a estes dois países
africanos a palavra de Deus, a esperança da paz e do diálogo. Uma viagem que no
Sudão do Sul terá uma forte conotação ecumênica, pois ao lado do Sucessor de
Pedro, estará o arcebispo de Cantuária, Justin Welby, e o moderador da
Assembleia Geral da Igreja da Escócia, Iain Greenshields. Será "um
ecumenismo de testemunho" reiterou o cardeal Secretário de Estado Pietro
Parolin em entrevista ao Vatican News antes da viagem, especificando que esta
visita se move na linha da proximidade com as Igrejas e comunidades locais, que
estão "vivas e ativas", e a "sociopolítica" que espera a
reconciliação, em duas realidades que por diferentes razões estão vivendo o
drama de milhões de refugiados, da guerrilha, das tensões étnicas e políticas.
Antes de sair do Vaticano, o encontro com refugiados na Santa Marta Vatican News |
Encontro com vítimas e pessoas deslocadas
Francisco se deslocará em carro aberto durante os
vários compromissos e se encontrará com representantes de instituições, Igrejas
e sociedades locais. Estas incluem vítimas da parte oriental da República
Democrática do Congo e pessoas deslocadas internamente do Sudão do Sul. Dois
momentos que prometem ser comoventes, como foi a viagem a Bangui, a capital da
África Central, uma etapa marcada pela incerteza devido à violência ocorrida
alguns dias antes na capital. Na época o Papa quis ir, embora desaconselhado
por muitos: "Eu só tenho medo de mosquitos", havia dito aos
jornalistas no avião. E a resposta foi o "ambiente festivo nas ruas".
Papa saúda delegação que o acompanha na Viagem Apostólica Vatican News |
Prevista grande participação na Missa
em Kinshasa
O Papa fará sete discursos em Kinshasa e cinco em
Juba (todos transmitidos pelo Vatican News, com comentários em
português). A Missa de 1° de fevereiro no Aeroporto Kinshasa-Ndolo, celebrada
segundo o rito zairense do Missal Romano, deverá ser um dos eventos com maior
presença de fiéis da viagem. A área pode abrigar até um milhão e meio de
pessoas e, de acordo com a imprensa local este será o número de presentes na
celebração do Pontífice. O palco onde a celebração será realizada é o maior já
construído na República Democrática do Congo, e também está equipado com um
elevador para permitir que o Papa chegue mais facilmente. O coro que animará a
Missa também está entre os maiores de todos os tempos: 700 pessoas.
Peregrinação ecumênica a Juba
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