Evangelho do domingo | Vatican News |
Jesus
declara bem-aventurado um mundo novo, de acordo com os planos do Pai. Ele quer
salvar aqueles que ainda vivem no mundo antigo, corrompido, onde os únicos
valores são riqueza, poder e glória.
Padre Cesar Augusto, SJ – Vatican News
A liturgia deste domingo nos apresenta, para nossa
reflexão, o tema da humildade. Na primeira leitura, o Profeta Sofonias nos
recomenda a humildade para encontrarmos refúgio no Senhor e para a prática da
justiça. Isto porque o humilde é pobre, sem poder e sem riqueza. Sua confiança
está apenas no Senhor e não nos bens terrenos e nem na ação maléfica para
garantir a estabilidade.
No contexto da liturgia de hoje, o conceito de
pobre deixa de ser maldição e passa a ser bênção. O rico está de tal modo
fascinado pelo conforto e segurança que o dinheiro traz, que se esquece de que
tudo deve estar subordinado à justiça, à ética emanada da Lei de Deus, a Lei do
Amor. O pobre, pelo contrário, confia plenamente no Senhor, em sua Providência,
vivendo a justiça dos filhos de Deus, que nos torna irmãos de todos os homens.
No Evangelho, Jesus aprofunda o conceito de pobre e
acrescenta pobres em espírito, ou seja, é bem-aventurado aquele que desapegado
dos bens deste mundo, desapega-se também de atitudes nada fraternas como a
arrogância, o poder opressor, e se compromete na construção de uma sociedade
alicerçada na partilha de todos os bens, materiais ou não, e na fraternidade de
seus pensamentos e ações.
Jesus declara bem-aventurado um mundo novo, de
acordo com os planos do Pai. Ele quer salvar aqueles que ainda vivem no mundo
antigo, corrompido, onde os únicos valores são riqueza, poder e glória. Jesus
nos propõe desapego dos bens materiais, serviço e humildade. Esses são os
valores da nova sociedade, vividos por aqueles que desejam construir o Reino de
Deus. Nela todos serão felizes e não apenas um pequeno grupo de privilegiados.
Quando o Senhor fez seu sermão do alto da montanha,
olhou em sua volta e encontrou a imensa multidão de sofredores,
injustiçados, cansados, sobrecarregados com todos os tipos de fardos que
podemos imaginar. São Paulo, em sua Carta aos Coríntios, mostra um espelho aos
seus seguidores e comenta que sua comunidade é formada por fracos, desprezados,
pessoas sem importância e valor. Esses foram os escolhidos por Deus para
manifestar, neles, o carinho de sua glória. É a nova sociedade, onde Deus
impera com sua justiça de amor.
Caríssimos irmãos, como somos nós? Como está nossa
paróquia, nossa associação religiosa? Vivemos essa nova sociedade promulgada
por Jesus, do alto da montanha, onde o pobre, o pecador são acolhidos com
carinho e humildade de nossa parte, ou nossa vida cristã mostra exatamente o
contrário do que Nosso Senhor ensinou?
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