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Em circunstâncias de fé, educação e encontro de povos, o privilegiado nascimento do "pequeno povoado em torno ao pátio do colégio".
A lista das maiores cidades do planeta apresenta variações com base no critério que se utilize, pois os conceitos de cidade, município, área urbana e região metropolitana também sofrem variações de acordo com os países.
Qualquer que seja o quesito, porém, Tóquio é reconhecida de modo unânime como a maior do mundo na atualidade. A lista, no entanto, sofrerá mudanças drásticas nas próximas décadas, a tal ponto que, em 2100, surpreendentemente, a capital japonesa não aparecerá mais nem sequer na lista das 20 maiores cidades do planeta. Para aquele ano, prevê-se que o primeiro posto entre as megalópoles seja ocupado pela nigeriana Lagos, com mais de 80 milhões de habitantes, seguida por outras 19 cidades exclusivamente da África e da Ásia. Os continentes americano e europeu não terão mais nenhuma representante no topo da lista.
Atualmente, São Paulo aparece entre as cinco maiores cidades do mundo – e não há nenhuma cidade maior do que ela, em todo o planeta, cujo nome também seja dedicado a um santo!
25 de janeiro, dia de São Paulo Apóstolo
A homenagem paulistana ao Apóstolo das Gentes se deve à providencial festa litúrgica celebrada no dia da fundação do pequeno povoado que veio a se tornar, atualmente, a maior cidade não só do Brasil ou da América do Sul, mas de todo o hemisfério Sul do planeta Terra.
Era 25 de janeiro de 1554 quando nasceu formalmente aquele povoado em torno a um pátio de colégio dos padres jesuítas. Foram os missionários quem batizaram o povoado em honra ao santo do dia, o gigantesco Apóstolo São Paulo, que, de feroz perseguidor dos cristãos, se tornou um dos mais fervorosos propagadores da fé em Cristo.
Um pouco de história
Antes de se falar da cidade de São Paulo, é preciso falar da vila criada pouco antes em homenagem a outro santo: São Vicente, a primeira vila brasileira, fundada no litoral paulista em 1532 por Martim Afonso de Sousa. Na ocasião, fazia só 32 anos que Pedro Álvares Cabral tinha chegado à Bahia. Estava começando, na costa paulista, a criação de outras vilas, como Itanhaém e Santos.
Ainda iria demorar alguns anos até que a grande “muralha” representada pela Serra do Mar fosse vencida pelos colonizadores. Quando eles superaram aquela inóspita barreira natural, avançaram pelo planalto paulista e continuaram a estabelecer povoações. Foi o caso, em 1553, da vila de Santo André da Borda do Campo, no chamado “Caminho do Mar”, atual região do ABC Paulista. O fundador foi o explorador português João Ramalho, casado com a índia Bartira, filha do cacique Tibiriçá, chefe da tribo dos guaianases. A miscigenação já era um processo em plena ação desde os primórdios daquela que é hoje a mais cosmopolita das regiões metropolitanas do Brasil.
Naqueles mesmos anos, a Serra do Mar foi vencida por mais uma expedição, formada por um grupo de padres da Companhia de Jesus. Entre eles estavam São José de Anchieta e o então superior dos jesuítas no Brasil, o pe. Manoel da Nóbrega.
Chegados ao planalto de Piratininga, eles encontraram “ares frios e temperados como os de Espanha” e “uma terra mui sadia, fresca e de boas águas”. O local era adequado para o seu propósito de catequizar os indígenas longe da influência dos homens brancos. Em 29 de agosto de 1553, o pe. Nóbrega começou a catequizar um grupo de cinquenta nativos, fato que aumentou a necessidade de fundar o primeiro colégio jesuíta no Brasil, numa região que facilitasse as condições para a alimentação dos indígenas. A localização perfeita foi encontrada numa colina alta e plana, cercada por dois rios: o Tamanduateí e o Anhangabaú.
Um nascimento privilegiado
Manoel da Nóbrega e José de Anchieta celebraram então a primeira Missa no local de fundação do Colégio São Paulo de Piratininga, a instituição que daria origem a um pequeno povoado ao seu redor. O Pátio do Colégio é hoje um local histórico bem preservado na região central de uma das maiores megalópoles do planeta.
Foi um nascimento certamente abençoado – basta ver os elementos que compuseram as circunstâncias: missa, fé, educação, escola, encontro de povos, diálogo, inculturação, paz, boa localização, perspectivas de prosperidade. E, é claro, São Paulo, o improvável Apóstolo que, sob a casca de um sanguinário perseguidor de cristãos, guardava uma alma aberta à conversão de si próprio e de milhares de almas para Deus.
Fonte: https://pt.aleteia.org/
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