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CAMINHANDO PARA A PÁSCOA
Dom Adelar Baruffi
Arcebispo de Cascavel (PR)
Na Quarta-feira de Cinzas, com a celebração e imposição das cinzas na
cabeça dos cristãos católicos, iniciamos a nossa preparação para a Páscoa. As
festas mais importantes do cristianismo sempre trazem consigo a ideia de que
temos que prepará-las, com um razoável tempo de antecipação. Recordemos que o
Advento, do qual preparamos o Natal, é de quatro semanas. Nossa Quaresma tem a
duração de quarenta dias, até a celebração da celebração do lava-pés, na
Quinta-Feira da Semana Santa. O modo brasileiro de celebrar a Quaresma, nos
convida a imitar a misericórdia do Pai repartindo o pão com os necessitados,
fortificando nosso espírito fraterno, conforme nos diz a Campanha da
Fraternidade.
Na Igreja católica, a Quaresma tem o significado de uma disposição,
quase um caminhar para o encontro de Cristo que dá sua vida por nós. Quando
chegarmos à semana santa, devemos estar bem preparados, com nossa confissão
feita ou por fazer naqueles dias. A Páscoa, a mais importante festa do calendário
litúrgico cristão, celebra a Ressurreição de Jesus, a base principal da fé
cristã. Neste tempo, os fiéis são convidados a fazerem um confronto especial
entre suas vidas e a mensagem cristã expressa nos Evangelhos. Esse confronto
deve levar o cristão a aprofundar sua compreensão da Palavra de Deus e a
intensificar a prática dos princípios essenciais de sua fé.
Por volta do ano 350, a Igreja decidiu aumentar o tempo de preparação
para a Páscoa, que era de três dias, que permaneceram como o Tríduo Sagrado da
Semana Santa: Quinta feira Santa, Sexta-feira Santa (Paixão) e Sábado Santo. A
preparação para a Páscoa passou, então, a ter 40 dias. Embora na quinta-feira
santa, Sexta-Feira Santa e sábado santo são os três dias de muita
espiritualidade, com o Cristo morto e, depois, vivo diante de nós. Não podemos
faltar em nenhum destes dias em nossa celebração na comunidade.
O principal do tempo da Quaresma é a “conversão”. Sempre atual. Tempo de
escuta da Palavra de Deus, de preparação e de memória do Batismo, de reconciliação
com Deus e com os irmãos, de recurso mais frequente à oração, o jejum e a
esmola. Segundo o Catecismo da Igreja Católica, “a oração, o jejum e a esmola…
expressam a conversão em relação a si mesmo, a Deus e aos outros” (CIC 1434).
Foi o próprio Jesus quem falou deles, qual sentimento básico para quem quer
viver a fé na sua concretude, do dia a dia. Jesus fala da oração, do jejum e da
caridade e do modo como devemos fazer e o que evitar (cf. Mt 6, 1-6.16-18). A
Campanha da Fraternidade, com sua longa história, vem nos ajudar nisso. A nossa
conversão deve ter um olhar mais radical, mais social, mais visível. Neste ano
nos convida a refletir sobre a fome e a fraternidade.
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