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A
paróquia deve ser lugar de acolhida, de vivência dos sacramentos, de
proximidade, de suporte para as pessoas, sem burocracia ou exclusões, afirma o
Papa. As paróquias devem ser “escolas”.
Frei Darlei Zanon - Religioso Paulino
Comunidade significa “comunhão”, de pessoas e das
pessoas com a Santíssima Trindade. Essa comunhão se realiza em primeiro lugar
no Batismo, sacramento que nos introduz na nova família que é a Igreja e a
comunidade paroquial, e se renova em cada Eucaristia, sacramento que nos alimenta
na fé. Portanto “unir”, formar comunhão, e alimentar, ou acompanhar o
crescimento, assinalam o sentido de ser da paróquia, tema central do vídeo do
mês de fevereiro do Papa Francisco.
A paróquia deve ser lugar de acolhida, de vivência
dos sacramentos, de proximidade, de suporte para as pessoas, sem burocracia ou
exclusões, afirma o Papa. As paróquias devem ser “escolas”. Não só escola da
fé, mas sobretudo escola de serviço e generosidade. De fato, como bem ilustra o
Catecismo da Igreja, após sermos instruídos na fé, ou seja, depois de conhecermos as
verdades fundamentais da fé cristã, devemos celebrar esta
mesma fé através dos sacramentos, para depois viver os seus
princípios e rezar em comunidade. Essas são as quatro partes
fundamentais do Catecismo que nos fazem ver que a fé é uma questão pessoal, mas
não pode existir sem a sua dimensão comunitária. A vida cristã só é genuína
quando vem continuamente alimentada pela nossa comunhão eclesial, que pode
acontecer de muitas maneiras, mas se concretiza de modo mais significativo e
intenso na paróquia.
Quando mencionamos hoje a ideia de “comunidade de
comunidades”, pretendemos exatamente recuperar o sentido da paróquia/comunidade
como “casa”, ou domus ecclesiae, que os primeiros cristãos viveram
de modo tão intenso. A paróquia deve ser a nossa “casa” alargada, onde
encontramos a “família” de irmãos e irmãs em Cristo.
O Concílio Vaticano II expressou de modo brilhante
o sentido da Igreja como comunhão de irmãos e irmãs que se concretiza no
conceito de Povo de Deus, de Templo do Espírito e de Corpo de Cristo. Desde o
Concílio a Igreja no Brasil vem refletindo sobre o sentido e a estruturação das
paróquias. De modo especial, poderíamos recordar a 51ª Assembleia da CNBB, em
2013, centrada na “revitalização da comunidade paroquial”, dando origem ao
documento de estudo “Comunidade de comunidades: uma nova paróquia”. Na seguinte
Assembleia, em 2014, foi então aprovado o documento 100: “Comunidade de
Comunidades: uma nova paróquia: a conversão pastoral da paróquia”. Por estar
profundamente enraizado nas reflexões da Conferência de Aparecida, esse
documento está em perfeita harmonia com o que espera o Papa Francisco da Igreja
atual: a paróquia como “comunidade de comunidades”, cheia de desafios
pastorais, convidada constantemente à conversão pastoral e missionária, pois a
renovação paroquial depende de um renovado amor à pastoral.
Recuperar a imagem da casa significa
garantir o referencial para o cristão peregrino encontrar-se no lar, ambiente
de vida e de acolhimento. A Igreja visível na paróquia é, portanto, casa da
Palavra, casa do pão, casa da caridade, casa do Pai. No centro está Cristo,
como gerador da comunhão de tudo e entre todos. Cristo que se faz sempre mais
visível e próximo através da Palavra e da Eucaristia.
A paróquia ideal não existe, pois está sempre
marcada pelos limites humanos, mas o Papa nos exorta a repensar o estilo de
nossas comunidades paroquiais para que sejam rede de comunidades de tal modo
que seus membros vivam em comunhão como autênticos discípulos missionários de
Cristo. Na conclusão do vídeo do mês, apresentando a intenção de oração para
fevereiro, Francisco pede que rezemos “para que as paróquias, pondo no centro a
comunhão, a comunhão das pessoas, a comunhão eclesial, sejam cada vez mais
comunidades de fé, de fraternidade e de acolhimento aos mais necessitados.”
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