Será que eu sou marxista? | Cléofas |
Será que eu sou marxista?
Existe um critério muito específico
para descobrir se uma pessoa foi contaminada pelo pensamento marxista.
Como descobrir se alguém foi ou não
contaminado pelo pensamento marxista? Esse critério é importante porque, das
várias vertentes de marxismo que se desenvolveram na história – a de Lênin e a
de Trotski, a que promove a luta armada e a que defende a revolução cultural
etc. –, existe algo comum a todas elas, algo que as torna como que um movimento
único e uniforme.
Esse algo nada mais é do que a
questão da verdade. Se uma pessoa acredita na existência de verdades objetivas,
às quais é preciso adequar-se de qualquer modo, pode saber que não é marxista.
Ao contrário, se uma pessoa vê todas as verdades como construções ideológicas,
criadas por interesses econômicos ou políticos e a partir de uma luta, então,
ela foi seriamente comprometida pelo marxismo.
Na famosa instrução Libertatis
nuntius, a Congregação para a Doutrina da Fé, presidida pelo então Cardeal
Joseph Ratzinger – hoje, Papa Bento XVI –, critica alguns aspectos relacionados
à Teologia da Libertação. A sua tese de fundo é de que essa teologia, em sua
vontade de ajudar os pobres e os oprimidos, é profundamente cristã e
necessária. O problema é que existem princípios, dentro dessa mesma teologia, que
não podem ser aceitos dentro do Cristianismo. Todo marxista, a fim de ter
acesso à “verdade”, precisaria fazer uma análise crítica e desvendar a
ideologia e os interesses classistas por trás de qualquer discurso. É essa luta
que construiria a verdade, uma verdade “científica” e revolucionária.
Ao falar sobre a “subversão do senso
da verdade”, o documento Libertatis nuntius afirma justamente isso. Para o
marxista, “não existe verdade (…), a não ser na e pela praxis ‘partidarista'”.
A verdade torna-se “a verdade de classe – não há verdade senão no combate da
classe revolucionária” [1].
Por isso, quando um professor de
teologia analisa todos os movimentos espirituais e teológicos da Igreja com má
fé, buscando sempre um interesse mesquinho ou imperialista no pensamento dos
santos, dos Papas e do Magistério, não resta dúvidas de que se trata de um
legítimo representante da Teologia da Libertação marxista. De fato, o que faz
com que as pessoas sejam marxistas é justamente a renúncia à verdade revelada
por Deus, que é substituída por um constructo revolucionário.
Quem é verdadeiramente católico deve
exorcizar de si esse tipo de pensamento. Como indica ainda a instrução da
Congregação para a Doutrina da Fé, “o critério final e decisivo da verdade não
pode ser, em última análise, senão um critério teológico” [2]. Ou seja, Jesus,
vivo na Sua Igreja e nos Seus santos ao longo dos séculos, é a fonte da verdade
(cf. Jo 14, 6). Uma teologia autenticamente libertadora e a serviço aos pobres
deve tomar em consideração essa realidade, ainda que ela incomode ou cause
desconforto, pois é apenas Cristo, a Verdade encarnada, quem pode redimir e
libertar o homem (cf. Jo 8, 32).
Referências
1. Congregação para a Doutrina da
Fé,Instrução Libertatis nuntius, sobre alguns aspectos da Teologia da
Libertação, VIII, 4-5
2. Ibidem, VII, 10
Fonte: https://cleofas.com.br/
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