A busca por sobreviventes em Hatay, Turquia (REUTERS/Umit Bektas) |
Pelo
menos 3.432 pessoas morreram em 10 províncias turcas, com mais de 21.100
feridos, de acordo com os últimos números das autoridades turcas divulgados
nesta terça-feira. Já na Síria, o número de mortos é de ao menos 1.598, com
cerca de 1.450 feridos.
O número de mortos na Turquia devido ao forte
terremoto de magnitude 7.8 na segunda-feira, 6, aumentou para 3.432. Os feridos
são 21.103, enquanto os prédios destruídos chegam a 5.775. Já o número de
mortos na Síria subiu para 1.598, com cerca de 1.450 feridos.
A chefe de emergências da Organização Mundial da
Saúde para a Europa, Catherine Smallwood, afirmou que o número de mortos pode
subir para mais de 20.000, “pois sempre acontece a mesma coisa com terremotos:
os relatórios iniciais do número de pessoas mortas ou feridas aumentam
significativamente na semana seguinte.”
Equipes de resgate correram nesta terça-feira para
resgatar sobreviventes dos escombros de milhares de edifícios derrubados pelo
terremoto, com a descoberta de mais corpos elevando o número de mortos para
mais de 5 mil.
Países ao redor do mundo enviaram equipes para
ajudar nos esforços de resgate, mas um dia após o terremoto, o número de
equipes de emergência no solo permaneceu pequeno, com seus esforços impedidos
por baixas temperaturas e pelos quase 200 tremores secundários, que tornaram as
buscas perigosas, devido às estruturas instáveis.
Na província de Hatay, a sudoeste do epicentro do
terremoto, as autoridades dizem que cerca de 1.500 prédios foram destruídos e
muitas pessoas relataram que parentes ficaram presos sob os escombros sem ajuda
ou chegada de equipes de resgate. Nas áreas onde as equipes trabalhavam,
aplausos ocasionais irromperam durante a noite enquanto os sobreviventes eram
retirados dos escombros.
O terremoto, que teve como centro a província de
Kahramanmaras, no sudeste da Turquia, fez com que moradores de Damasco e
Beirute corressem para as ruas e foi sentido até no Cairo. A organização de
ajuda médica Médicos Sem Fronteiras confirmou na terça-feira que um de seus
funcionários estava entre os mortos depois que sua casa na província de Idlib,
na Síria, desabou, e que outros perderam familiares.
Na província de Hatay, na Turquia, milhares de
pessoas se abrigaram em centros esportivos ou salões de feiras, enquanto outras
passaram a noite do lado de fora, enroladas em cobertores ao redor de
fogueiras. Um navio da Marinha atracou na terça-feira no porto da província de
Iskenderun, onde um hospital desabou, para transportar sobreviventes que
precisam de cuidados médicos para a cidade vizinha de Mersin. Uma fumaça
espessa e negra subiu de outra área do porto, onde os bombeiros ainda não
conseguiram apagar um incêndio que começou entre os contêineres que foram
derrubados pelo terremoto.
Na cidade turca de Gaziantep, capital provincial a
cerca de 33 quilômetros do epicentro, as pessoas se refugiaram em shoppings,
estádios, mesquitas e centros comunitários.
O presidente turco Recep Tayyip Erdogan declarou
sete dias de luto nacional. As autoridades temem que o número de mortos
continue subindo enquanto as equipes de resgate procuram sobreviventes entre
emaranhados de metal e concreto espalhados pela região assolada pela guerra
civil de 12 anos na Síria e pela crise de refugiados.
Nas últimas promessas de ajuda internacional, o
presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol disse que estava se preparando para enviar
rapidamente uma equipe de busca e resgate de 60 pessoas, bem como suprimentos
médicos.
A missão enviada pelo governo da Grécia inclui 21
bombeiros da unidade de emergência EMAK, 2 cães de resgate e um veículo
especial de missão de resgate. Também voando com eles estão um oficial do Corpo
de Bombeiros especializado em apoiar prédios desabados, 5 médicos de emergência
do sistema de emergência de ambulâncias EKAV e o presidente da Organização de
Planejamento e Proteção Antissísmica da Grécia, Efthymios Lekkas.
O governo do Paquistão enviou um voo com
suprimentos de socorro e uma equipe de busca e resgate de 50 membros na
terça-feira, e disse que haverá voos diários de ajuda para a Síria e a Turquia
a partir de quarta-feira.
A Índia disse que enviaria duas equipes de busca e
resgate, incluindo cães especialmente treinados e pessoal médico. O presidente
dos EUA, Joe Biden, ligou para Erdogan para expressar condolências e oferecer
assistência ao aliado da OTAN. A Casa Branca disse que estava enviando equipes
de busca e resgate para apoiar os esforços da Turquia.
O terremoto acumulou mais miséria em uma região que
passou por um tremendo sofrimento na última década. Do lado sírio, a área
afetada é dividida entre o território controlado pelo governo e o último
enclave controlado pela oposição do país, cercado por forças do governo
apoiadas pela Rússia. A Turquia é o lar de milhões de refugiados da guerra
civil síria. No enclave controlado pelos rebeldes, centenas de famílias
permaneceram presas nos escombros, disse a organização de emergência da
oposição conhecida como Capacetes Brancos em um comunicado. A área abriga cerca
de 4 milhões de pessoas deslocadas de outras partes do país pela guerra. Muitos
vivem em prédios já danificados por bombardeios militares. Centros médicos
sobrecarregados rapidamente se encheram de feridos.
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