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A ESCRITURA PRECISA SER PROCURADA
Dom
Adelar Baruffi
Arcebispo de Cascavel (PR)
A Escritura precisa ser procurada! Vejamos o Capítulo 3, Animação Bíblica da Pastoral a partir das comunidades eclesiais
missionárias, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, 2022,
n.38 a 89. Já falei sobre a necessidade de procurar a Palavra de Deus, onde ela
se encontra. Você já pensou o motivo que levou tanta gente a buscar a Leitura
Orante da Palavra? Foram, de fato, muitas pessoas. Porque é que nós, cristãos
católicos, temos menos amor pela Sagrada Escritura quanto temos pela
Eucaristia? Então, temos os dois: a Palavra de Deus e a Eucaristia.
O Papa Francisco, na Evangelii Gaudium,
retoma um pensamento de Bento XVI: “Ao início do ser cristão , não há uma
decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma
Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo” (EG,
n.8). O mais importante numa Escritura é Ele, é Jesus Cristo. Sua vida, sua
pessoa e seus ensinamentos. Tudo dele. Nenhuma outra pessoa ou acontecimento é
maior do que Jesus Cristo na Bíblia. E, nele, a Trindade Santa: o Pai, o Filho
e o Espírito Santo.
Aliás, quando fores começar a ler a Escritura, atenção, não comece pelo Gênesis.
Inicie pelos quatro evangelistas, (Mateus, Marcos, Lucas e João) pois eles nos
falam de Jesus Cristo. Este anúncio fundamental, precisa ser reconhecido e
ligado com todos os santos e a Virgem Maria, nossa mãe querida. “Toda a pessoa
tem o direito de receber explicitamente o primeiro anúncio, para realizar então
o seu encontro pessoal com o Cristo Senhor” (n.52). É nele que nos é dito que
somos filhos amados por Deus, salvos por Ele, conduzidos até Ele no dia de
nossa salvação. Isto tudo está na Sagrada Escritura, a Palavra de Deus conosco.
A Igreja nos oferece várias contribuições, quanto ao fundamentalismo. “O
princípio é esse: Deus nos falou, na Escritura, por seres humanos. A Palavra
foi dita por palavras” (n. 63). Sempre o centro de toda a Escritura é o
evangelho, por isso, ele é proclamado na Eucaristia, após as leituras e depois
explicado. “Nestes últimos anos, temos assistido a um fenômeno que causa
profunda preocupação: a relação entre Bíblia e pensamento da prosperidade. (…)
Tudo isso tem sido justificado por uma atitude de troca com Deus” (n.65). O
desejo de ter Deus nas mãos é muito grande. “Esta atitude não gera pertença a
uma comunidade eclesial. Gera contínua migração ou trânsito religioso, em busca
de propriedade, onde quer que ela esteja. Quando isso acontece, a própria
comunidade vira empresa que explora” (n.67).
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