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O Papa Francisco recordou de forma marcante em seu primeiro Angelus na Praça São Pedro que “Deus nunca Se cansa de nos perdoar; nunca”.
Se pudéssemos sondar o coração de Deus que sentimentos encontraríamos? Não apenas podemos questionar a respeito disso, mas o próprio Deus nos dá a oportunidade de conhecer e sentir com o seu próprio coração, pois característica preciosa do coração de Deus é a misericórdia infinita dirigida a todos os seus filhos.
Assim somos provocados a examinar nossa consciência, sobretudo na Quaresma, e apontar os erros e falhas, os pecados cometidos na caminhada. Trata-se de um encontro com o pior de nós nas fragilidades humanas, mas sobretudo, um encontro precioso com o dom Deus que busca absolver as misérias que nos desumanizam.
No Antigo Testamento Deus se apresenta como vagaroso na ira ao dialogar com Adão e Eva logo após o rompimento da aliança; demonstrasse ainda cheio de bondade e fidelidade ao resgatar o povo da escravidão; um Deus paciente acompanhando o povo no deserto e saciando a fome dos que migravam. Expressão ainda significativa é sua clemência junto aos apelos de Abraão para que Sodoma e Gomorra fossem poupadas.
Jesus Cristo
Belas expressões da compaixão do Pai encontramos também na percepção dos salmistas ao afirmarem que “É Ele quem perdoa as tuas culpas e cura todas as tuas enfermidades (Sl103); o Senhor liberta os prisioneiros, dá vista aos cegos, levanta os abatidos, ama o homem justo. Todos estes sinais de Deus são revelados no Novo Testamento de modo concreto em Jesus Cristo: Cristo é o rosto da misericórdia do Pai.
Através de seu filho Jesus, o Deus de Misericórdia sempre vem ao encontro das necessidades humanas. Deus fala a todos nós pelas ações e pelo coração Jesus. O coração do Filho é o coração do Pai. Podemos destacar as vezes em que Cristo sente compaixão de seu povo, Cristo chora por Jerusalém. Também bela expressão de amor ao deixar que as lágrimas caiam quando informado da morte de seu amigo Lázaro.
Deus Filho tem coração, um coração que ama, sente e pulsa em favor de seus amados. Junto ao poço da samaritana pede “Dá˗me de beber”, se fez sedento para que a aridez daquela mulher desgastada por diversos deuses fosse saciada eternamente. Aos pecadores visitava a casa, entrando no coração de Zaqueu, de Marta, de Pedro e tantos outros. De igual modo, se rebaixa ao chão da mulher prestes a ser apedrejada para que a levantasse renovada. Este é o mover de Deus, que se coloca sempre disponível a nos buscar, resgatar e salvar.
O perdão
Papa Francisco recordou de forma marcante em seu primeiro Angelus na Praça São Pedro que “Deus nunca Se cansa de nos perdoar; nunca”. Lembrou ainda de uma grande verdade: “problema está em nós que nos cansamos e não queremos, cansamo-nos de pedir perdão. Ele nunca se cansa de perdoar, mas nós às vezes cansamo-nos de pedir perdão”. Fica claro a dinâmica do perdão de Deus, na qual constantemente o Pai busca, procura e deseja reconciliar-se com seus filhos.
Ao longo deste retiro quaresmal, o coração de Cristo, com suas belas expressões de misericórdia, possa divinizar cada coração humano. Que nossas práticas quaresmais permitam experimentar de maneira profunda e verdadeira os sentimentos de Deus através de Cristo, de modo que, o nosso sentir seja o sentir de Deus. Dai-nos Senhor um coração igual ao Vosso, tira nosso coração de pedra e nos apresente um novo coração pleno de amor e misericórdia.
Como fazer a experiência da misericórdia de Deus?
- Repetir mantras que suplicam a Deus um coração rico em misericórdia: Jesus manso e humilde de coração, fazei meu coração semelhante ao vosso.
- Meditar passagens bíblicas onde Cristo perdoa os pecadores: a mulher pecadora (Lc 7,36-50); Filho pródigo (Lc 15,11-32).
- Fazer um bom exame de consciência e buscar confissão.
- Aceitar o perdão dos pecados recebido na confissão. Assim, poderá festejar a graça do perdão, não remoendo ou culpando-se pelo que já foi confessado.
- Ler a Bula do Papa Francisco sobre o Ano da Misericórdia: “Misericordiae Vultus”.
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