Como jejuar? | catequizar |
O VERDADEIRO JEJUM
Dom
Carmo João Rhoden
Bispo Emérito de Taubaté (SP)
Qual
é o jejum que Deus quer de nós? (Is 58,3-11).
Texto
Bíblico: “De que nos serve jejuar, se Tu não vez, humilharmos, se não ficas
sabendo? Ora, no dia do vosso jejum, sabeis fazer bons negócios, brutalizais
todos os que por vós labutam”. O jejum que eu prefiro, a caso não é esse:
desatar os laços provenientes da maldade, desamarrar as correias do jugo, dar
liberdade aos que estavam curvados, em suma, que despedaceis todos os jugos?
Não é partilhar o teu pão com o faminto?… Então, tu clamarás e o Senhor
responderá, tu chamarás e Ele dirá: “aqui estou!” Se eliminares de tua casa o
jugo, o dedo acusador, a palavra maléfica, se cederes ao faminto, o teu próprio
bocado… tua escuridão será como o meio-dia. Sem sessar, o Senhor te guiará, em
plena fornalha, Ele aliviará a tua garganta, e teus ossos, Ele revigorará (Is
58,3-11).
1º O jejum era
muito valorizado, como prática religiosa, antigamente. Por exemplo, na festa da
expiação, para implorar misericórdia (1Rs 21,12), e quando aconteciam
desgraças. Os fariseus, também, o apreciavam, penso eu, até demais…
2º João Batista,
percursor de Jesus Cristo, foi mais veterotestamentário, em seu espírito
religioso: ele o fazia regularmente. Jesus, nem tanto. É claro: o jejum de
injustiças, de maldades, de falsas acusações, Ele o apreciava. Jesus, de fato
era diferente, por isso, dizia: “enquanto o esposo estiver presente” e o esposo
era Ele próprio, os apóstolos não precisavam jejuar. Viria, porém, um tempo em
que deveriam, fazê-lo.
3º O verdadeiro
jejum, para nós cristão, se vive, amando e servindo aos irmãos. Sendo justos e
amorosos. Misericordiosos. Procurando perceber sua própria finitude e
vivendo-a de acordo com o evangelho: como quem é limitado e pecador.
4º O melhor
jejum, acontecerá, então, quando, o que for poupado, pelos que jejuam, é dado
aos necessitados e pobres. Quando, há generosidade e solidariedade. Um dos
modos de bem vivê-lo, é participar pessoal ou familiarmente da Campanha da
Fraternidade de 2023, segundo as possibilidades.
5º Como será
então nosso jejum? As catástrofes de Santos e São Sebastião, cidades de
São Paulo e outras mais, como as do Rio de Janeiro e alhures, não seriam
ocasião propícia, para exercitar nosso jejum, de modo mais cristão?
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