Trabalho escravo | Revista PUB |
TRABALHO ESCRAVO
Cardeal
Sergio da Rocha
Arcebispo de Salvador (BA)
Numa
época de grandes avanços científicos e tecnológicos, marcada pelo risco de
alguém se tornar “escravo do trabalho”, perdura tristemente o trabalho escravo.
Notícias a respeito têm sido veiculadas pela mídia, nem sempre recebendo a
devida atenção, indignação e resposta efetiva. As vítimas têm o seu clamor
sufocado, o que leva as novas formas de escravidão a se perpetuarem e a se
agravarem. Dentre elas, estão migrantes provenientes das áreas mais pobres do
país e pessoas que sofrem com a miséria e a fome. Notícias recentes sobre a
exploração de trabalhadores provenientes do Nordeste, principalmente da Bahia,
têm favorecido algum conhecimento e reflexão sobre esta dura realidade. O caso
veio a público com particular intensidade, gerando reações de indignação, mas
certamente muitas outras situações ocorrem sem conhecimento público, nem a
necessária resposta,
A
capacidade humana de indignar-se perante esta forma de violação da vida e da
dignidade das pessoas ainda se manifesta, trazendo esperança. Contudo, a
comoção provocada pelo noticiário e pelas redes sociais não é suficiente. É
preciso a ação decidida e permanente de autoridades e órgãos públicos, a
mobilização da sociedade civil organizada, a participação de igrejas,
universidades, meios de comunicação social e organizações de defesa dos
direitos humanos. Iniciativas em andamento, como a Rede Um Grito pela
Vida, de combate ao tráfico de pessoas, necessitam ser valorizadas e
difundidas.
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