Sábado Santo, dia de grande silêncio (cnbb) |
CARDEAL ORANI: “NO SÁBADO SANTO É A ÚLTIMA
OPORTUNIDADE PARA FAZERMOS AQUELA MUDANÇA DE VIDA QUE A QUARESMA NOS
PROPORCIONA”
Por Cardeal Dom Orani João Tempesta
Arcebispo de Rio de Janeiro (RJ)
A Igreja, nesse Sábado Santo, 8 de abril, se recolhe. É um dia voltado para o silêncio e para a oração, se preparando para a grande Vigília Pascal que acontece à noite. “Não é um silêncio de luto, pois acreditamos que o Senhor não está morto, Ele vive. Temos a certeza de que à noite celebraremos a ressurreição, mas é um silêncio orante e de respeito, pois sabemos que nesse dia o Senhor desceu ao seio da terra”, afirma o arcebispo do Rio de Janeiro, cardeal Orani João Tempesta.
Normalmente, no Sábado Santo, acontece a preparação da Igreja para a
celebração da Vigília Pascal. Os grupos pastorais se organizam para ornamentar
e limpar a Igreja. Durante o Sábado Santo, sobretudo na parte da manhã,
pode haver um momento de espiritualidade na Igreja.
Nesse Sábado Santo, pode-se fazer um jejum limitado, ou seja, evitando a
carne vermelha, que pode ser substituída por carne de peixe. “Ainda estamos no
espírito da dor pela morte incruenta de Jesus, por isso ainda podemos praticar
o jejum. E, em algumas Igrejas, ainda acontece a confissão sacramental, por
isso ainda poderemos praticar a penitência. No Sábado Santo, é a última
oportunidade para fazermos aquela mudança de vida que a quaresma nos
proporciona, para logo mais à noite celebrarmos de coração renovado a Páscoa”,
afirma o cardeal.
Esse dia também é conhecido como Sábado de Aleluia, que vem da tradição
na Igreja Católica de não dizer “Aleluia” nas missas durante a Quaresma. No fim
do Sábado de Aleluia, finalmente se diz Aleluia, para anunciar o início da
Páscoa.
“No Sábado Santo, os discípulos tinham ficado muito tristes, pois Jesus
estava “morto”, eles não tinham compreendido aquilo que Jesus tinha dito, de
que era necessário que o Filho do Homem sofresse tudo aquilo para nos salvar”,
diz dom Orani
Segundo dom Orani, o Sábado Santo nos lembra que Jesus morreu de
verdade, não foi uma farsa. “Jesus morreu, assim como todos nós um dia também
teremos de morrer. Sua identificação com a humanidade foi completa, até na
morte”, salientou.
O cardeal reitera que a morte de Jesus foi necessária para nos salvar e,
depois ainda com a sua ressurreição, nos abrir um novo caminho, e nos indicar
que a vida não termina aqui, mas continua ao lado de Deus. “Assim como Jesus
morreu, mas depois ressuscitou, quem crê nele também morrerá, porém tem a
promessa da ressurreição para a vida eterna. A morte não é o fim da história,
mas o começo de uma nova”, explicou.
Oração
e silêncio
A oração e o silêncio nesse dia, segundo o cardeal Orani, ajudará a
compreender esse mistério da paixão, morte e ressureição de Jesus. “O Espírito
Santo que depois foi revelado aos discípulos e até hoje acompanha a vida da
Igreja, nos impulsiona a todos os anos celebrar o mistério pascal de Cristo. A
quaresma é um grande retiro espiritual de 40 dias, que a Igreja nos indica para
nos preparar para a Páscoa, e o Sábado Santo como que coroa esse período”, diz.
Irmãos e irmãs, o Sábado Santo, com o jejum e com a oração silenciosa,
expressa também nossa inquebrantável esperança na ressurreição final e na
segunda vinda do Senhor. A terra, grávida de Cristo, está para dar à luz o
Senhor ressuscitado, como primícias da nova criação.
Vigília
Pascal
Em termos litúrgicos, o Sábado Santo vai até às 18h, onde a partir desse
momento em algumas comunidades já se começa a celebrar a Solene Vigília Pascal.
Pois, segundo as rúbricas e a liturgia, a solene Vigília Pascal deve-se
celebrar ao anoitecer, pois o Senhor ressuscitou no sábado de madrugada.
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