Jesus Cristo é o Senhor! (Canção Nova) |
JESUS CRISTO É O SENHOR
Dom
Carlos José
Bispo de Apucarana (PR)
“Não
tenhais medo! Sei que procurais Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui!
Ressuscitou, como havia dito”. (Mt 28, 5-6)
Cristo
ressuscitou. Eis a razão da fé que sustenta a Igreja desde os primórdios de sua
criação e dá constância na caminhada de cada cristão que crê e vive essa
Verdade, pois Jesus “É o Caminho, a Verdade e a Vida”, o “Cordeiro Imolado”!
Eis que o sepulcro está vazio, o amor de Deus se manifestou mais uma vez na
Ressurreição de seu Filho amado. O Cristo vence as trevas da morte eterna e
reaviva a esperança da humanidade fazendo brilhar para todos a Luz da
libertação. “Eu sou a Luz do mundo, quem me segue não andará nas trevas, mas
terá a luz da vida” (Jo 8-12).
A
Cruz de Jesus, adorada na sexta-feira da Paixão, dá lugar à alegria da
Ressurreição, indicando para todos o cumprimento da promessa, que a Vitória já
foi alcançada por Cristo Jesus. A salvação da humanidade passou pelo flagelo do
Calvário, pelo Divino Corpo de Cristo, totalmente humano e Divino, pendente no
alto da Cruz, chagado pelos açoites raivosos e dilacerado pelos nossos tantos
pecados, para depois de ter-se esvaído em sangue, morrer por cada um de nós.
Quem morreria por nós? Quem teria esse desprendimento de si mesmo para salvar
um pecador, uma humanidade inteira, no ontem, no hoje e no amanhã? Somente
alguém muito superior no amor, na doação e na obediência a Deus poderia se
dignar a nos tornar menos indignos da salvação, e esse Alguém é Cristo, o
Senhor dos Senhores, a Pedra rejeitada e desprezada que se torna a Pedra
Angular.
A
Ressurreição de Cristo nos ensina que o mal não tem a última palavra pois,
somos por Cristo, participantes da edificação do bem e da paz, da justiça e do
amor que deve imperar nesse mundo. Nascemos e vivemos pelo dom excepcional do
Amor de Deus e somos convocados a todo instante a sermos defensores da vida em
Cristo, testemunhando com nossa existência, os valores e ensinamentos do
Ressuscitado. Negar a ressurreição de Jesus é negar o poder de Deus. “Se Cristo
não ressuscitou, é vã a nossa pregação e também é vã a nossa fé. Se é só para
esta vida que temos colocado a nossa esperança em Cristo, somos, de todos os
homens, os mais dignos de lástima” (I Cor 15, 14 e 19).
A
ressurreição de Cristo não se iguala a outros eventos bíblicos, não foi um cadáver
reanimado, como Lázaro, que Jesus trouxe de volta à vida, mas que depois veio a
morrer fisicamente. A ressurreição de Jesus “foi a evasão para um gênero de
vida totalmente novo, para uma vida já não sujeita à lei do morrer e do
transformar-se, mas situada para além disso: uma vida que inaugurou uma nova
dimensão de ser homem”, explica o Papa Bento XVI no segundo volume do seu livro
“Jesus de Nazaré”. Enquanto Lázaro e outros a quem Jesus havia ressuscitado
voltaram a sua vida normal, Jesus Ressuscitado partiu para a vastidão de Deus,
e é a partir da vida no Pai, que Ele se manifesta aos seus (Bento XVI). O
túmulo vazio é ponto de partido para nossa fé, é a expressão viva de um novo
começo para a humanidade toda, um acontecimento que rompe e ultrapassa o âmbito
da história e, se assim não fosse, já teria se apagado no tempo.
A
ressurreição de Cristo cria uma nova perspectiva ao homem: o de estar
verdadeiramente unido à Deus. Na ressureição cumpre-se a promessa de Salvação e
Redenção do povo de Deus e Cristo torna-se o único critério a quem podemos nos
confiar por completo, pois Ele, Verdadeiro Deus e Verdadeiro Homem, é a
manifestação visível do Deus Criador. Jesus Cristo, Filho Unigênito do Pai,
condenado pela ‘justiça’ humana a morrer numa Cruz, Ressuscitado, foi
constituído por Deus como o Juiz do Universo, pois a Ele pertencem o poder, a
honra e a glória para todo o sempre.
A
celebração da Páscoa nos exorta a abrirmos os olhos da fé e a mudarmos nosso
comportamento mundano e indiferente que nos distancia do amor de Cristo e nos
faz perder de vista a salvação alcançada por Ele. “Lançai fora o fermento
velho, para que sejais uma massa nova. Assim, celebremos a festa, não com o
velho fermento, nem com o fermento da maldade ou perversidade, mas com pães ázimos
de pureza e de verdade” I Cor 5, 6-8). Com a Virgem Maria, a Senhora da
Ressurreição, deixemo-nos iluminar pela Luz do Cristo Ressuscitado e vivamos a
Páscoa com verdadeiro ardor e gratidão pela Redenção que nos alcançada por
Cristo Jesus.
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