A misericórdia traz a paz e a reconciliação (Radio Catedral) |
MISERICÓRDIA, PAZ E RECONCILIAÇÃO
Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)
O segundo Domingo da
Páscoa, conhecido, pela tradição, como Páscoa Anothina, dos que renasceram do
Alto, pois depunham, nesta data, suas vestes brancas catecumenais, instituído,
mais recentemente, pelo Papa São João Paulo II, também como Domingo da Misericórdia.
A Igreja, para o Papa Francisco,
tem que ser o lugar da misericórdia gratuita, do perdão generoso, que brotam
copiosamente do coração do Ressuscitado. O verdadeiro presente de Páscoa, que
Jesus, Ressurgido, entrega aos Apóstolos, como missão permanente, é o perdão e
a reconciliação para toda humanidade.
Ser Igreja, é viver e
testemunhar o Evangelho da Misericórdia, curando e cicatrizando as feridas que
a inimizade, o ódio, e a violência, causam nos nossos relacionamentos e
vínculos. Neste momento desafiador do nosso país, onde ansiamos por superar as
tensões e fraturas de uma polarização que, partindo das redes sociais e dos
algoritmos de engenheiros da política, do inimigo, e do ódio, torna-se, mais
que necessário, investir no diálogo social, em consensos que resgatem a amizade
política, a cordialidade e a prática generosa do bem comum. Inspirados
unicamente na missão de pastores e de ministros do perdão e da misericórdia, os
Bispos do Estado do Rio de Janeiro, Regional Leste 1 da CNBB, em atitude de
colaboração, e serviço para a paz, propomos unir à espiritualidade litúrgica do
Segundo Domingo do Tempo Pascal, a súplica, intercessão e intenção da
reconciliação de todos os brasileiros e brasileiras, num abraço orante que
renove os corações.
Sim, a Páscoa de Jesus renova e
transforma todas as coisas, derruba os muros, bloqueios e nos faz sair dos
túmulos da vingança, da retaliação e da guerra de todos contra todos.
Acreditamos que a paz é possível, que o amor vence a morte, que a partilha e a
comunhão superam a ganância e a indiferença, pois fomos criados e redimidos
para uma vida nova, plena, justa e liberta e, por isso, desejamos viver num
país onde caibam todos/as, onde se vejam as diferenças como enriquecimento e
como uma pluralidade de dons, que numa sinfonia de tons e ritmos diversos, se
respeite a singularidade e valor de cada pessoa e cada criatura.
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