Mitos litúrgicos
Mito 2: “A Eucaristia é para ser comida e não para ser adorada”
É para ser adorada, sim.
A Hóstia consagrada é a Presença Real e substancial de Nosso Senhor, e
por isso a Santa Igreja dedica a ela toda a adoração. O Santo Padre Bento XVI
responde (Exortação Sacramentum Caritatis, n.66, de 2006) :”…aconteceu às vezes
não se perceber com suficiente clareza a relação intrínseca entre a Santa Missa
e a adoração do Santíssimo Sacramento; uma objeção então em voga, por exemplo,
partia da idéia que o pão eucarístico nos fora dado não para ser contemplado,
mas comido. Ora, tal contraposição, vista à luz da experiência de oração da
Igreja, aparece realmente destituída de qualquer fundamento; já Santo Agostinho
dissera: « Nemo autem illam carnem manducat, nisi prius adoraverit; (…)
peccemus non adorando – ninguém come esta carne, sem antes a adorar; (…)
pecaríamos se não a adorássemos ». De facto, na Eucaristia, o Filho de Deus vem
ao nosso encontro e deseja unir-Se conosco; a adoração eucarística é apenas o
prolongamento visível da celebração eucarística, a qual, em si mesma, é o maior
ato de adoração da Igreja: receber a Eucaristia significa colocar-se em atitude
de adoração d’Aquele que comungamos.”
Dizer que a Eucaristia não é para ser adorada implica em negar a que a
Hóstia Consagrada é o Corpo de Nosso Senhor, ou pensar que Deus não é digno de
adoração…
Mito 3: “A adoração eucarística fora da Missa é ultrapassada”
Não é.
O saudoso Papa João Paulo II escreveu (Encíclica Ecclesia de
Eucharistia, n. 25, de 2003): “Se atualmente o cristianismo se deve
caracterizar sobretudo pela « arte da oração », como não sentir de novo a
necessidade de permanecer longamente, em diálogo espiritual, adoração
silenciosa, atitude de amor, diante de Cristo presente no Santíssimo
Sacramento? Quantas vezes, meus queridos irmãos e irmãs, fiz esta experiência,
recebendo dela força, consolação, apoio! Desta prática, muitas vezes louvada e
recomendada pelo Magistério, deram-nos o exemplo numerosos Santos. De modo
particular, distinguiu-se nisto S. Afonso Maria de Ligório, que escrevia: A
devoção de adorar Jesus sacramentado é, depois dos sacramentos, a primeira de
todas as devoções, a mais agradável a Deus e a mais útil para nós. A Eucaristia
é um tesouro inestimável: não só a sua celebração, mas também o permanecer
diante dela fora da Missa permite-nos beber na própria fonte da graça.”
E o Santo Padre Bento XVI acrescenta (Sacramentum Caritatis, n. 66-67):
“De fato, na Eucaristia, o Filho de Deus vem ao nosso encontro e deseja unir-Se
conosco; a adoração eucarística é apenas o prolongamento visível da celebração
eucarística, a qual, em si mesma, é o maior ato de adoração da Igreja: receber
a Eucaristia significa colocar-se em atitude de adoração d’Aquele que
comungamos. Precisamente assim, e apenas assim, é que nos tornamos um só com
Ele e, de algum modo, saboreamos antecipadamente a beleza da liturgia celeste.
O ato de adoração fora da Santa Missa prolonga e intensifica aquilo que se fez
na própria celebração litúrgica. (…) Juntamente com a assembléia sinodal,
recomendo, pois, vivamente aos pastores da Igreja e ao povo de Deus a prática
da adoração eucarística tanto pessoal como comunitária. Para isso, será de
grande proveito uma catequese específica na qual se explique aos fiéis a
importância deste ato de culto que permite viver, mais profundamente e com
maior fruto, a própria celebração litúrgica. Depois, na medida do possível e
sobretudo nos centros mais populosos, será conveniente individuar igrejas ou
capelas que se possam reservar propositadamente para a adoração perpétua. Além
disso, recomendo que na formação catequética, particularmente nos itinerários
de preparação para a Primeira Comunhão, se iniciem as crianças no sentido e na
beleza de demorar-se na companhia de Jesus, cultivando o enlevo pela sua
presença na Eucaristia.”
Mito 4: “Na consagração deve-se estar em pé”
Na Consagração os fiéis devem estar de joelhos, em sinal de adoração.
Quanto a isso a lei da Santa Igreja é clara em afirmar na Instrução Geral no
Missal Romano (n. 43), que determina que os fiéis estejam “de joelhos durante a
consagração, exceto se razões de saúde, a estreiteza do lugar, o grande número
dos presentes ou outros motivos razoáveis a isso obstarem. Aqueles, porém, que
não estão de joelhos durante a consagração, fazem uma inclinação profunda
enquanto o sacerdote genuflecte após a consagração.”
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