Maria no Cenáculo (arquidiocesedebelem) |
PRIMÓRDIOS DA IGREJA
Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba (MG)
A Páscoa continua na vida dos
cristãos. Vida nova, motivada pelo anúncio da Palavra de Deus, e é fruto do
mandato de Jesus, quando ele disse aos apóstolos: “Ide, pois, fazer discípulos
entre todas as nações, e batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito
Santo. Ensinai-os a observar tudo o que eu vos tenho dado. Eis que estarei
convosco todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28,19-20).
A motivação inicial, que deve
continuar também em nossos tempos, é o anúncio do “querigma”, isto é, uma
catequese que constata, com clareza, a vida, a paixão, a morte na cruz e a
ressurreição de Jesus Cristo, como vitória sobre a morte. Naquele tempo, Jesus
foi visto pelas autoridades como um profeta rejeitado, porque não era percebido
como Deus e nem como Filho de Deus.
Os inúmeros profetas do Antigo
Testamento apresentavam muitas figuras, que retratavam perfeitamente a
pedagogia divina, a forma do agir de Deus. Mas agora essas figuras se
transformam em realidade e acontecimento na Pessoa de Jesus Cristo. Figuras
como passagem para uma outra realidade, confirmada na evidência da
Ressurreição, fazendo do acontecimento um sacramento na Igreja.
Das figuras passa-se ao
acontecimento na paixão, morte e ressurreição. Ao voltar para a casa do Pai,
Jesus deixa a Igreja como seu sacramento na terra, orientada pelo Espírito
Santo. É colocado nas mãos de cada pessoa batizada o compromisso de testemunhar
as realidades do Reino do Pai. O caminho sinalizado, mais eficiente, é a vida
de comunidade, de convivência fraterna e comprometida.
A Ressurreição de Jesus
compromete a vida de cada pessoa, principalmente a dos cristãos. É ter os pés
no chão, nas realidades do cotidiano, com todas as suas mazelas, mas com um
olhar para o alto para contemplar um Deus sempre misericordioso. Temos que fazer
o que está ao nosso alcance, aquilo que é possível nos diversos campos da
cultura hodierna, seja na política, na economia, na Igreja etc.
Nunca podemos ficar desconfiados da identidade salvadora de Jesus. Os chamados discípulos de Emaús tiveram esta tentação, uma aparente decepção, mas conseguiram recuperar a fé no Senhor, quando Jesus, na Celebração Eucarística de Emaús, repartiu com eles o Pão e o vinho. Recuperaram as forças dos pés e fizeram o caminho de retorno para anunciar aos outros a veracidade da Ressurreição.
Fonte: https://www.cnbb.org.br/
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