Redação (14/05/2021 10:54, Gaudium Press) Pouco se sabe sobre São Matias. Somente que foi escolhido, após a Ascensão do Senhor, para substituir o traidor Judas Iscariotes. De acordo com uma antiga tradição grega, pregou o Evangelho na Capadócia e nas costas do Mar Cáspio e foi martirizado na atual Etiópia.
“Dom de Deus”
Matias é nome frequente entre os judeus e quer dizer “dom de Deus”. É o apóstolo que recebeu o dom do grande privilégio de ser agregado aos doze, tomando o lugar vago deixado pela deserção de Judas Iscariotes.
Sua eleição foi mediante sorteio, após a Ascensão do Senhor, pela proposta de Simão Pedro, que em poucas palavras fixou os três requisitos para o ministério apostólico: pertencer aos que seguiam Jesus desde o começo, ser chamado e enviado:
“É necessário, pois, que, destes homens que nos acompanharam durante todo o tempo em que o Senhor Jesus viveu no meio de nós, a começar pelo batismo de João até o dia em que nos foi arrebatado, haja um que se torne conosco testemunha de sua ressurreição”.
Espectador da vida e obra de Jesus
Matias esteve, portanto, constantemente próximo de Jesus desde o início até o fim de sua vida pública. Testemunha de Cristo e mais precisamente da sua ressurreição, pois a ressurreição do Salvador é a própria razão de ser do cristianismo.
Com efeito, Matias viveu com os onze o milagre da Páscoa e poderá com todo o direito anunciar Cristo ao mundo, como espectador da vida e da obra de Jesus “desde o batismo de João”.
Também as segunda e terceira condições — ser divinamente chamado e enviado — estão claramente expressas pela oração do colégio apostólico: “Senhor, tu que conheces o coração de todos, mostra qual destes dois escolhestes”.
A eleição de Matias por sorteio pode nos causar espanto. Tirar a sorte para conhecer a vontade divina é método muito conhecido na Sagrada Escritura.
A própria divisão da Terra Prometida foi mediante sorteio, e os Apóstolos julgaram oportuna a conformidade com esse costume.
Entre os dois candidatos propostos pela comunidade cristã — José, filho de Sabá, cognominado o Justo, e Matias — a escolha caiu sobre o último.
O novo Apóstolo, cujo nome brilha na Escritura somente no instante da eleição, viveu com os onze a fulgurante experiência de Pentecostes antes de se encaminhar, como os outros, pelo mundo afora a anunciar “a glória do Senhor”.
Nada se sabe de suas atividades apostólicas, nem se morreu mártir ou de morte natural, pois as narrações a seu respeito pertencem aos escritos apócrifos.
À tradição da morte por decapitação com machado se liga o seu patrocínio especial aos açougueiros e carpinteiros[1].
[1] Um santo para cada dia, Editora Paulus.
Fonte: https://gaudiumpress.org/
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