O sentido inicial de rei messiânico ampliou-se para o aspecto religioso e divino. Como termo assemelha-se com o que era usado no mundo grego-romano. Já na tradição veterotestamentária aplicava-se ao próprio Deus. Todas as vezes, que se lia na Bíblia o "indizível" nome próprio de Deus: "Adonai" - equivalente a "meu Senhor". Por conseguinte também para Cristo é "Senhor" - ou seja, Deus.
À luz de multíplices testemunhos apostólicos, adquirem o seu pleno sentido as palavras pronunciadas por Pedro, no dia do Pentecostes, no seu primeiro discurso à multidão reunida à volta dos Apóstolos: "Deus estabeleceu, como Senhor e Messias, a esse Jesus por vós crucificado" (At 2, 36). Por outras palavras: Jesus de Nazaré, verdadeiro homem, que como tal padeceu a morte na cruz, é não só o Messias esperado, mas também "o Senhor" (Kyrios), e o verdadeiro Deus.
Na forma aramaica, parece ter sido empregado como denominação honorífica de Jesus durante a sua vida terrestre: Mari, Mari (cf. Mc 7, 21). Mais significativo sob o ponto de vista teológico é o emprego litúrgico na frase das antigas comunidades da Palestina: Maran atha (Vinde, Senhor nosso!") provavelmente uma aclamação eucarística a exprimir a fé no caráter divino de Jesus (1Cor 16, 22; cf. Ap 22, 30).
A utilização popular do Salmo 110, 1 para exprimir o efeito da exaltação de Jesus como uma participação na prerrogativa singular do Pai como Senhor universal ("Ele está sentado num trono à direita de Deus"), contribuiu, com toda a probabilidade, para a evolução de "Senhor" como um título divino para Cristo exaltado na glória.
Fonte: Dicionário Enciclopédico das Religiões - (Volume II, pág. 1535 - Ed Vozes)
Kairós
Kairós
Tempo ou ocasião de graças que Deus oferece ao homem.
Para os cristãos o kairós relaciona-se com a vinda histórica de Cristo e com o Dia do Senhor da sua segunda vinda. Equivale à hora da graça e da provação, encerrada na sua origem no passado e na sua direção para o futuro.
No presente, inscreve-se todo o passado como destino, A herança biológica, cultural e éticorreligiosa representa a trama já tecida e ainda por tecer que solicita "agora" a liberdade humana. A história deve entender-se à parte do "kairós", referido ao começo e ao fim.
Fonte: Dicionário Enciclopédico das Religiões - (Volume II, pág. 1490 - Ed Vozes)
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