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segunda-feira, 22 de maio de 2023

Semeraro: Santa Rita "formada no amor", modelo de alegria para todos

Santuário de Santa Rita de Cássia / Vatican News

A homilia do Cardeal Prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos na solene cerimônia pontifícia da festa litúrgica da Santa de Cássia: "Ela difundiu a paz que amava e perseguia como o bem supremo, o amor fraterno e sincero, a confiança em Deus".

Vatican News

Uma mulher, uma santa, marcada pelo sofrimento, mas ainda hoje, depois de séculos, um modelo de alegria para todos os fiéis. É assim que o Cardeal Marcello Semeraro, Prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos, recorda Rita de Cássia, uma santa "universalmente conhecida, amada e invocada", cuja memória litúrgica a Igreja celebra neste 22 de maio. O Cardeal presidiu o solene serviço pontifício no Santuário, seguido da Súplica e da Bênção das Rosas.

Palavras doces como mel

No início de sua homilia, o Cardeal revelou que havia se preparado para a celebração tirando do Arquivo do Dicastério o volume da Positio super virtutibus impresso em 1897 para a canonização de Santa Rita, que resume sua história, começando com a referência às abelhas, presente desde o início na tradição do Rito. "As abelhas, virando-as sobre sua boca, predizem que suas palavras seriam doces como o mel." Logo em seguida, o hino recorda como ela entrou, exemplarmente, nos diferentes estados da vida cristã: conjugal, viuvez e vida consagrada. Depois, há a lembrança do milagre da estigmatização: "O Crucificado respondeu à sua oração, dando-lhe um dos espinhos de sua coroa", lembra Semeraro. Rita, disse uma testemunha, "concebeu um desejo real de fazer parte daquelas dores que Jesus quis sofrer por amor a nós...".

As palavras de João Paulo II

O Cardeal recorda, então, o que João Paulo II escreveu por ocasião do 6º centenário do nascimento da Santa: "O sinal do espinho, além do sofrimento físico que lhe causava, era em Santa Rita como o selo de seus sofrimentos interiores; mais ainda, porém, era a prova de sua participação direta na Paixão de Cristo", afirmou o Pontífice polonês. E ainda: "Os estigmas que brilham em sua fronte são a autenticação de sua maturidade cristã. Na cruz com Jesus, ela de certa forma se graduou naquele amor que já conhecia e expressava de forma heroica dentro dos muros de sua casa e em sua participação nos eventos de sua cidade", como disse aos devotos de Santa Rita recebidos em maio de 2000.

Sofrer por amor

"Graduada no amor!", uma imagem realmente eficaz: "O Senhor deu a Santa Rita a graça de levar em seu coração e em sua fronte os sinais do amor e da paixão de Cristo", diz Semeraro. Em seguida, cita um livro do padre Agostino Trapè, no qual o agostiniano escreveu que a estigmatização "foi o ápice da vida mística de Santa Rita e sua contemplação nos introduz no aspecto mais sublime e, ao mesmo tempo, mais difícil de sua mensagem, o do sofrimento: o sofrimento pedido e obtido por 'compaixão'". Essas palavras são confirmadas pelo depoimento de uma testemunha no processo de canonização, que disse que Santa Rita "extraía sua caridade para com o próximo do coração de Jesus, a quem ela queria se assemelhar em tudo". Enquanto outro testemunho dizia: "O amor de Deus de nossa Beata não era ocioso, mas operativo e modelado pela caridade de Jesus Cristo".

Um testemunho unânime, portanto, para a Santa que é um símbolo de sofrimento, de caridade, mas também de alegria. Essa alegria que, como Semeraro enfatizou, foi por muito tempo cortada da pregação cristã.  

Cheio de alegria

Apesar do "sofrimento amargo" causado a ela pela estigmatização, Rita de Cássia "estava sempre cheia de alegria. Não estou falando apenas do sofrimento físico, mas também de outras humilhações ligadas ao sinal da ferida da paixão", diz o prefeito do Dicastério, citando novamente a Positio, que explica como a ferida se tornou uma chaga nauseante pela qual "a Santa se tornou o desprezo das outras religiosas, que na língua dos camponeses a chamavam de Rita lercia, que significa suja e imunda, e a enojavam". "Mas a Santa, toda inflamada pelo amor de Deus e desejosa de ser semelhante a Jesus Crucificado, não só sofreu tudo com paciência, mas ainda amou as aflições e o desprezo", afirmou o cardeal.

"Spina spes gloriae": de acordo com o padre Trapè, essa é a frase que resume a vida de Santa Rita. Apesar dos dramas e tristezas que acompanharam os acontecimentos de sua vida, ela tinha alegria em seu coração e a espalhava ao seu redor... Ela espalhava, de fato, a alegria do perdão pronto e generoso, da paz amada e perseguida como bem supremo, do amor fraterno e sincero, da confiança plena e filial em Deus, da cruz carregada com Cristo e por Cristo", conclui Semeraro. 

O início das obras do novo hospital

Imediatamente após a solenidade, foram iniciadas as obras do novo hospital "Santa Rita de Cássia". "Hoje, concluímos a Festa de Santa Rita, que foi um momento renovado de fraternidade e oração pela família da santa dos impossíveis, dando juntos o primeiro passo de um dos marcos mais significativos para a reconstrução dos territórios afetados pelo terremoto de 2016", comentou Irmã Maria Rosa Bernardinis, Madre Priora do Mosteiro Santa Rita de Cássia. "O lançamento da pedra fundamental do novo hospital, representado pela placa que estava na antiga estrutura para comemorar a sua construção pelo mosteiro, engloba um grande desafio, que nos chama não só para a reconstrução das paredes, mas também para a de uma verdadeira proteção da saúde, após as graves consequências da pandemia, que evidenciaram a crise do sistema de saúde".

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF