Antes da oração do Angelus deste
11º Domingo do Tempo Comum, o Papa agradeceu as orações e os testemunhos de
afeto durante sua permanência no Hospital Gemelli. Comentando o Evangelho
dominical, destacou que o coração do anúncio é "o testemunho gratuito, o serviço"
e que, estando perto de Deus, "superamos o medo e sentimos a necessidade
de anunciar" o seu amor.
Silvonei
José – Vatican News
"Desejo
expressar minha gratidão por todos aqueles que demonstraram afeto, cuidado e
amizade" durante minha hospitalização, "e garantiram o apoio da
oração". Foi o que disse o Papa Francisco, que voltou neste 11º Domingo do
Tempo Comum a recitar o Angelus na Praça São Pedro, depois de ter sido
submetido a uma cirurgia em 7 de junho no Hospital Geral Agostino Gemelli, em
Roma. "Essa proximidade para mim tem sido de grande ajuda e
conforto", acrescentou olhando pela janela de seu escritório no Palácio
Apostólico do Vaticano, "Obrigado de coração".
Deus está perto de nós, ele é Pai, não estamos sozinhos!
Na
meditação que precedeu a oração mariana, o Papa recordou a passagem do
Evangelho deste Domingo, na qual o evangelista Mateus descreve o mandato de
Jesus aos discípulos: ""proclamai: ‘O Reino dos Céus está
próximo’". E ele enfatiza que o coração da proclamação é "testemunho
livre, serviço". Como no início de sua pregação, Jesus proclama que o
senhorio do amor de Deus "vem entre nós". E isso, comenta, "não
é uma notícia entre as outras, mas a realidade fundamental da vida". De
fato, "se o Deus do céu está próximo, não estamos sozinhos na terra e,
mesmo nas dificuldades, não perdemos a confiança". Essa é a primeira coisa
a ser dita às pessoas":
Deus não
está distante, mas é Pai, Ele o conhece e o ama; quer segurar a sua mão, mesmo
quando você passa por caminhos íngremes e irregulares, mesmo quando você cai e
tem dificuldade para se levantar e retomar o caminho.
Perto Dele, superamos o medo e anunciamos
E muitas
vezes, continua Francisco, " nos momentos em que você está mais fraco,
pode sentir mais forte a sua presença. Ele conhece o caminho, Ele está com
você, Ele é seu Pai!". Assim, o mundo, grande e misterioso,
"torna-se familiar e seguro, porque a criança sabe que está protegida. Ela
não tem medo e aprende a se abrir: conhece outras pessoas, encontra novos
amigos, aprende com alegria coisas que não sabia". Enquanto "cresce
nela o desejo de se tornar grande e de fazer as coisas que viu o papai
fazer". É por isso que Jesus começa aqui...
é por isso
que a proximidade de Deus é o primeiro anúncio: estando perto de Deus,
superamos o medo, nos abrimos para o amor, crescemos no bem e sentimos a
necessidade e a alegria de anunciar.
Anunciar sua proximidade com gestos de amor e esperança
Se
quisermos ser bons apóstolos, prossegue o Pontífice esclarecendo, "devemos
ser como crianças: sentar "no colo de Deus" e, de lá, olhar para o
mundo com confiança e amor, para testemunhar que Deus é Pai, que somente Ele
transforma nossos corações e nos dá aquela alegria e paz que não podemos
proporcionar por nós mesmos.
Anunciar
que Deus está próximo. Mas como fazer isso? No Evangelho, Jesus recomenda não
dizer muitas palavras, mas fazer muitos gestos de amor e esperança em nome do
Senhor. Esse é o coração do anúncio: testemunho gratuito, serviço.
Vou lhes
dizer uma coisa, acrescentou o Papa: "fico perplexo e muito
perplexo, sempre, com os 'faladores' que falam muito e não fazem nada".
Vamos nos fazer algumas perguntas
O Papa
Francisco então convida a nos perguntarmos: “nós, que acreditamos no Deus
próximo, confiamos Nele? Sabemos olhar para frente com confiança, como uma
criança que sabe que está sendo carregada pelo pai? Sabemos como nos sentar no
colo do Pai com a oração, com a escuta da Palavra, aproximando-nos dos
Sacramentos?”
Enfim, perto d’Ele, sabemos como incutir coragem nos outros, nos aproximar daqueles que sofrem e estão sozinhos, daqueles que estão longe e até mesmo daqueles que são hostis a nós?
Angelus de 18 de junho de 2023:
Fonte: https://www.vaticannews.va/pt
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