Por Madeleine Teahan
LONDRES, 22 Jun. 23 / 12:00 pm (ACI).- Kristie Higgs, demitida de seu emprego como assistente pastoral por causa de suas publicações nas redes sociais sobre educação sexual, ganhou um recurso de apelação contra sua demissão pela escola em que trabalhava.
Higgs, mãe de dois filhos, trabalhou por seis anos na Church of England Farmor's School em Fairford, Gloucestershire, Reino Unido. Em outubro de 2018 uma denúncia anônima sobre suas publicações no Facebook levou à sua suspensão e, finalmente, demissão por “má conduta grave” em janeiro de 2019.
Duas capturas de tela de publicações de Higgs no Facebook foram enviadas para a escola no outono de 2018.
Na primeira, Higgs compartilhou uma petição de protesto sobre uma consulta do governo sobre "tornar a educação sobre relações obrigatória nas escolas primárias e tornar a educação sobre sexo e relações obrigatória nas escolas secundárias".
A publicação dizia que isso “significa, por exemplo, que as crianças aprenderão que todos os relacionamentos são igualmente válidos e 'normais', de modo que o casamento entre pessoas do mesmo sexo é exatamente igual ao casamento tradicional e que o gênero é uma questão de escolha, não biologia, então cabe a eles (decidir) de que sexo eles são".
A segunda publicação foi outro “compartilhamento” sobre preocupações com materiais didáticos nos EUA, que dizia: “As crianças no jardim de infância e na primeira etapa estão sendo preparadas para uma sociedade de gênero fluido. Claro, as escolas estão introduzindo propaganda em nome de campanhas contra o bullying, mas nós sabemos que não é assim".
Higgs compartilhou as publicações depois de saber que a escola onde ela trabalhava e que seu filho frequentava planejava apresentar às crianças livros que promoviam a ideologia de gênero.
Ideologia de gênero é a militância política baseada na teoria de que a sexualidade humana independe do sexo e se manifesta em gêneros muito mais variados do que homem e mulher representados na sigla LGBTQIA+, de lésbicas, gays, bi-sexuais, trangêneros, queer, intersexo, assexuais etc.
A ideia contraria a Escritura que diz, no livro do Gênesis 1, 27: “Deus criou o ser humano à sua imagem, à imagem de Deus o criou. Homem e mulher Ele os criou”, na tradução oficial da CNBB.
O Catecismo da Igreja Católica diz, no número 369: “O homem e a mulher foram criados, quer dizer, foram queridos por Deus: em perfeita igualdade enquanto pessoas humanas, por um lado; mas, por outro, no seu respectivo ser de homem e de mulher. «Ser homem», «ser mulher» é uma realidade boa e querida por Deus: o homem e a mulher têm uma dignidade inamissível e que lhes vem imediatamente de Deus, seu Criador. O homem e a mulher são, com uma mesma dignidade, «à imagem de Deus». No seu «ser homem» e no seu «ser mulher», refletem a sabedoria e a bondade do Criador.
Em outubro de 2020, o Tribunal do Trabalho de Bristol decidiu que Higgs não havia sofrido discriminação ou assédio. Na última sexta-feira (16), o Tribunal de Justiça do Trabalho decidiu que o caso deveria ser reconsiderado.
A presidente do Tribunal de Apelação do Trabalho, Dame Jennifer Eady, apoiou a apelação de Higgs: “A liberdade de manifestar crenças (religiosas ou de outros tipos) e de expressar opiniões relacionadas a essas crenças são direitos essenciais em qualquer democracia, independentemente de a crença em questão ser popular ou convencional e de sua expressão poder ofender ou não".
Eady disse que os juízes da instância inferior não avaliaram, como exige a lei, se a investigação e a demissão de Higgs “foram determinadas por lei e necessárias para a proteção dos direitos e liberdades de outros”, e reconheceu “a natureza essencial dos direitos à liberdade de crença e à liberdade de expressão” de Higgs.
“Desde o início, apesar das muitas tentativas da escola de sugerir o contrário, sempre se tratou de minhas crenças cristãs e de ser discriminada por expressá-las em meu tempo livre”, disse Higgs.
Fonte: https://www.acidigital.com/
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