Redação (11/06/2023 10:49, Gaudium Press) As Sagradas Escrituras, no livro dos Atos dos Apóstolos, narram que um José, natural de Chipre, vendeu suas terras e doou aos pés dos apóstolos, para que repartissem com a primeira comunidade católica. Tal ato de generosidade é louvado na passagem em questão: “era um homem virtuoso… repleto de Espírito Santo e de fé”.
É neste contexto que São Barnabé se insere na sociedade apostólica, sendo enviado à Antioquia. Notem que a Santa Igreja ainda permanecia, em sua maioria, entre os hebreus, sendo composta de muitos de seus membros convertidos. Na Síria, havia muitas comunidades hebreias, mas era também uma terra estrangeira. A missão, pois, de São Barnabé era estender a religião aos pagãos.
Lá, o homem de Chipre encontrou uma enorme família de convertidos. Além disso, também viu o olhar ávido de muitos homens e mulheres que almejam a verdade. Era tanto o trabalho na messe do Senhor que Barnabé precisava de um pregador ardoroso. Ele encontrou essa pessoa em um homem que estava sendo julgado na época: Saulo de Tarso.
O encontro de dois gigantes: São Paulo e São Barnabé
Saulo afirmava estar convertido, e que queria pregar o nome de Jesus, mas a comunidade hebreia em Jerusalém ainda tinha muitas ressalvas. Afinal, não fazia muito tempo em que aquele procurava matar os convertidos, por ordem da sinagoga. Assim, uma desconfiança pairava na Igreja primitiva. Os apóstolos, com um discernimento dos espíritos aguçado, sabiam que São Paulo tinha, de fato, aderido à religião verdadeira, mas também estavam reticentes de colocá-lo para fazer o trabalho de evangelização na Palestina.
Por outro lado, São Paulo também sabia, após ter passado três anos com Jesus no deserto, que sua missão não era entre o povo eleito: o Senhor o chamara para arrebatar os gentios, os pagãos, do domínio do demônio e pô-los no rebanho do Bom Pastor.
Providencialmente, São Barnabé soube como agir para impedir o impasse: pediu aos apóstolos que enviassem São Paulo para Antioquia, a fim de pregar por lá. O Apóstolo dos gentios se sentiu atendido em sua missão, pois tal viagem também faria bem à comunidade hebraica de Jerusalém. No apostolado dos dois incansáveis surgiu uma tal união e amizade que São Paulo sempre elogiou seu irmão Barnabé. Temos muitos testemunhos nas cartas e nas mensagens enviadas pelo Apóstolo de sua estima pelo amigo.
E a evangelização foi tão abençoada por Deus, na Síria, que lá, pela primeira vez na história, os apóstolos foram chamados de Cristãos: aqueles que são outros Cristos. É uma tremenda responsabilidade, mas também uma gigante dádiva, ser digno de portar o nome de Jesus.
Divergência
São Barnabé e São Paulo, porém, acabam por se separar, após o primeiro concílio da História: os dois, apesar de irem a Jerusalém juntos para votar contra a circuncisão dos novos católicos, não voltam ao apostolado devido a divergência de opinião sobre o jovem Marcos. Este nosso querido evangelista tivera uma juventude não tão empenhada na evangelização, e São Barnabé, seu primo, queria levá-lo para Antioquia. São Paulo, pelo contrário, não o queria consigo, por senti-lo pouco confiável.
No final da vida, porém, São Paulo, vendo o empenho de São Marcos em se corrigir e se acertar, faz elogios ao evangelista e pede que vá assisti-lo em sua prisão. É um autêntico sinal de que os santos podem ter opiniões diferentes sobre os assuntos, e que também são os primeiros a consertar as situações, quando necessário. Com certeza, no pedido de São Paulo para ver o jovem Marcos, vinha um pedido de desculpa involucrado a São Barnabé e o desejo de rever o velho amigo.
Morte de São Barnabé
O Novo Testamento não nos fornece mais informações sobre Barnabé, mas alguns documentos falam de uma viagem que fez com São Pedro, com destino a Roma, de onde prosseguiu para o norte da Itália.
Lá, na atual cidade de Milão, a sua pregação teria suscitado várias conversões que deram origem à primeira comunidade cristã na cidade, e São Barnabé é considerado seu primeiro Bispo.
Porém, voltando à sua comunidade, narra-se que sua morte teria se dado em Salamina, onde foi apedrejado por judeus sírios, no ano 61. A sepultura de Barnabé ainda hoje existe, pois o próprio São Barnabé a indicou, em sonho, ao Bispo de Salamina, Anthemios, no final do século V.
Com informações Vatican News
Fonte: https://gaudiumpress.org/
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