Por Clarissa Oliveira (publicado em 07/10/14)
Segundo dia do sínodo sobre a família: um resumo dos trabalhos no Vaticano.
Na manhã desta terça-feira, 7 de outubro, no Vaticano, os padres sinodais deram continuidade às intervenções no sínodo sobre a família. Nesses dois primeiros dias foram 70 padres sinodais que falaram durante as conferências e as intervenções.
A terceira Congregação geral teve prosseguimento com o tema previsto segundo a ordem do Instrumentum laboris: “Evangelho da família e lei natural” (1 parte, Cap 3) e “A família e a vocação da pessoa em Cristo” (I parte, Cap 4).
Ao início da Congregação, o cardeal Sodano, por designação do Papa Francisco, anunciou que o Consistório convocado pelo Papa para o próximo dia 20 de outubro será dedicado à situação do Oriente Médio, com base nos resultados da reunião de alguns Representantes Pontifícios e dos Superiores dos Dicastérios competentes, na última semana. O tema do Consistório será representado pelo cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado, e terá presença de seis Patriarcas orientais e do Patriarca latino de Jerusalém, S. B. Fouad Twal.
A questão das dificuldades das famílias do Oriente Médio, diante da realidade do conflito, foi tema das intervenções dos padres sinodais. Essas famílias vivem em situações dramáticas pelo fato de defenderem e viverem a fé, fato que reflete em suas vidas. Uma das propostas dos interlocutores foi que o sínodo seja uma mensagem de aproximação a essas famílias.
Alguns pontos que se destacaram das intervenções foram apresentados no briefing de hoje.
É preciso uma abordagem progressiva onde existe um caminho por onde o fiel se aproxima do que é ideal da família cristã e do casamento cristão. O tema da abordagem progressiva foi tocado com considerações aprofundadas, em particular a analogia com a qual o Concílio Vaticano II diz que existem elementos importantes e preciosos para a santificação também fora da Igreja Católica. Uma pessoa pode entender que existe uma visão plena e ideal do casamento e da família cristã, mas também existem elementos válidos e importantes de santificação e amor verdadeiro mesmo quando não se alcança esse ideal.
Catequese matrimonial
É importante ter conhecimento do Magistério da Igreja, sendo relevante a preparação de catequeses para o casamento. Surge também a preocupação em dar continuidade às etapas da vida cristã, a fim de que exista uma coerência. Uma evangelização com continuidade e não episódica.
Temas importantes do dia de hoje estão ligados e aprofundados na questão exegética, leitura das passagens do Evangelho sobre o casamento, desta forma não se coloca em dúvida a vontade de Jesus, mas se encontram também momentos de dificuldades daquela época, mostrando que era preciso lutar para alcançar a vontade de Jesus. A problemática de colocar em prática as exigências radicais do Evangelho acompanha toda a história da Igreja.
Posicionamento da Igreja
Muitos padres sinodais deram exemplos de modelos de pastorais familiares com serviços de preparação para a família. Foi proposto também como tema o acompanhamento daqueles que se encontram em dificuldades, a fim de que se sintam amados e tenham a atenção da Igreja.
Uma intervenção significativa trouxe a preocupação de se verificar com maior precisão a existência da disposição para o casamento. Ou seja, a Igreja deve ser mais exigente ao aceitar os casais que se apresentam com a intenção de se casar. Fato este que busca diminuir os problemas posteriores dentro das famílias, tais como crises e até mesmo a ruptura por meio do divórcio.
A família
A questão da missão da família, do anúncio do Evangelho aos outros, dando testemunho e ajudando aqueles que se encontram em dificuldades, foi um ponto referencial. Nesta questão foram lembrados os movimentos e tantos outros que, como família, ajudam na evangelização, razão pela qual os padres sinodais manifestaram grande gratidão.
Um dos padres sinodais disse que “os filhos são o testemunho permanente da doação recíproca dos pais e o dom mais precioso do casamento. Se a Igreja foca neste dom, a família pode aprender a caminhar junto com a Igreja”. A sociedade, por sua vez, nos propõe o individualismo que nos leva ao egoísmo.
Foi proposto o resgate do valor da sexualidade. Fala-se tanto, de forma crítica, da sexualidade fora do matrimônio que a sexualidade conjugal parece quase a concessão a uma imperfeição. A sexualidade dentro do casamento tem seu valor. Não devemos lutar contra o sexo, mas propor uma autêntica sexualidade que é caminho de santificação, neste caminho é preciso ser paciente.
O sacramento do matrimonio é um caminho e o objetivo final é ser mais autêntico em amar, ser mais humano e chegar à santidade.
Fonte: https://pt.aleteia.org/
Nenhum comentário:
Postar um comentário