A mensagem evangélica da
liturgia deste domingo nos fala do benefício fundamental que é para nós a
presença do Espírito ao nos provocar a opção pela vida e nos impedir a
acomodação.
Padre Cesar
Augusto, SJ – Vatican News
A primeira
leitura nos fala de um legítimo rei da dinastia de Davi. Montado em um jumento
e com atitudes pacifistas, o rei de Sião terá um reino imenso que de tão grande
se estenderá até os confins da terra. Esse rei é humilde e pacificador e
manifesta seu poder comunicando justiça e paz a todas as nações.
Ele não só
tem essa atitude positiva, mas também destrói tudo aquilo que é sinal de morte
para os povos. Assim, ele possibilita a existência da paz.
Ora, a
leitura desse texto nos recorda a liturgia do Domingo de Ramos e já podemos
deduzir que esse rei da paz é Jesus, o Príncipe da Paz, legítimo descendente de
Davi como nos relata a liturgia do Advento.
No
Evangelho vemos Jesus sentindo que sua missão pacifista desagrada os doutores
da Lei, os letrados e as pessoas importantes, mas causa interesse aos pobres e
marginalizados, diz “Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque
ocultaste estas coisas aos sábios e doutores e as revelaste aos pequeninos.”
(Mt 11, 25b)
Fazemos a
constatação do que vemos sempre: os instalados não precisam, não querem
mudanças e até a proíbem, enquanto os marginalizados, que sentem desconforto e
suas necessidades insaciadas, almejam a mudança da situação, querem justiça,
querem o necessário para viver dignamente.
Nisso tudo
é denunciado o perigo extremo de não sentir-se necessitado de Deus e de aos
poucos tornar-se materialista.
O trecho do
Evangelho termina com o convite de Jesus aos que se sentem marcados,
injustiçados pela sociedade materialista, repleta de pessoas egocêntricas e
muito bem instaladas na cultura da morte. Ao mesmo tempo, o Senhor fala que
fazer parte da Civilização do Amor, de seus seguidores, traz um peso, uma
responsabilidade, mas que eles são suaves porque são provocados pelo amor, pela
descentralização de si, pelo sair de seu comodismo, de desinstalar-se par ir ao
outro, para servir.
Finalmente,
São Paulo em sua Carta aos Romanos, nos diz que vivemos segundo o espírito e
não segundo a carne, pois pertencemos a Cristo e o Espírito de Deus mora em
nós. Esse Espírito foi o que ressuscitou Jesus, eliminando tudo o que conduz a
criação à injustiça e à morte.
Portanto, a
mensagem evangélica da liturgia deste domingo nos fala do benefício fundamental
que é para nós a presença do Espírito ao nos provocar a opção pela vida e nos
impedir a acomodação.
Será um momento muito importante para nossa vida de cristão, fazermos uma reflexão em que nos perguntemos: de que lado me encontro? Dos acomodados e que não sentem necessidade de mudanças profundas? Ou do lado dos marginalizados, dos inconformados, dos que anseiam pelo Senhor como “terra sedenta e sem água”, como nos fala o Sl 62, 2?
Fonte: https://www.vaticannews.va/pt
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